JOSÉ SEGURO PROPÕE MEDIDAS PARA REPOSIÇÃO DE JUSTIÇA SOCIAL

ao estilo de Guterres, Seguro afirma: "as pessoas estão primeiro"

"As pessoas estão primeiro". É este o ‘slogan' que marcará os dois primeiros dias do XVIII congresso do PS, que hoje começa em Braga, onde Seguro promete romper com o passado, guinando à esquerda, e apresentar propostas alternativas para impor mais justiça social. Nos seus dois discursos, o secretário-geral do PS terá duas linhas de orientação: as pessoas têm que estar no centro das políticas e reformas e o PS passará a ser um partido de debate. O recurso ao ‘slogan' tem precisamente o objectivo de enfatizar a mensagem humanista que António José Seguro pretende passar ao País e servirá como mote para vincar as diferenças ideológicas do PS face ao Governo e à política de austeridade de Pedro Passos Coelho. Um ‘slogan' que Seguro foi recuperar ao modelo de governação daquele que ainda hoje é a sua referência política - António Guterres. Seguro vai mesmo apresentar as propostas estruturais que tem estado a preparar nos últimos dias. Diplomas que terão na sua base "a justiça social". O secretário-geral socialista entende que Passos Coelho tem extravasado o memorando da ‘troika' em prejuízo das pessoas e, sobretudo, da classe média e vai exigir que o acordo com FMI, BCE e União Europeia seja concretizado com mais sensibilidade social. O núcleo duro de António José Seguro estava ainda ontem a ultimar algumas propostas, mas é certo que o líder socialista vai opor-se às privatizações (nomeadamente RTP e Águas) e propor que as empresas e quem tem rendimentos de capitais assumam um maior esforço no combate ao défice e saída da crise. Está previsto que o líder socialista proponha que todos os rendimentos de capitais e mais-valias acima dos 50 mil euros anuais sejam sujeitos a englobamento obrigatório. E também propostas alternativas ao corte no subsídio de Natal.