A banca europeia pode precisar de até 92 mil milhões para responder a reestruturações de dívida pública, escreve a Goldman Sachs. É esta a principal mensagem de um ‘research' do Goldman Sachs que está a condicionar a negociação nas bolsas europeias, nomeadamente no sector financeiro, que perde mais de 2%. A Goldman construiu um cenário de choque no mercado de dívida soberana para testar o comportamento da banca europeia nessa adversidade. A conclusão é a de que 38 bancos poderão precisar de aumentar capital entre 30 a 92 mil milhões de euros para responder a reestruturações de títulos de dívida pública que têm nos seus balanços. E nos casos das instituições financeiras gregas, italianas, irlandesas, portuguesas e espanholas haverá dificuldades para, sem o patrocínio do Estado, conseguir levantar esses fundos. Isso pode significar nacionalizações: "Aqui o capital teria de ser disponibilizado pelo soberano, gerando nacionalizações parciais ou totais, ou por instituições multinacionais", lê-se na nota que a Goldman Sachs enviou aos seus clientes. Esta análise desencadeou uma chuva de ‘downgrades' na avaliação do Goldman para a banca europeia, a que não escaparam três bancos portugueses: o ‘target' para o BCP desceu de 0,4 para 0,33 euros; o preço-alvo do BES caiu de 3,1 para 3 euros; e a avaliação do BPI emagreceu de 1,15 para 1 euro. (in, Económico).