A EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamentos Ferroviários), subsidiária da CP, continua a investir milhões de euros na aquisição de rodas para as composições de comboios e locomotivas a intermediários (por exemplo, a NASACAR vendeu cerca de 1.882 unidades e a BONATRANS cerca de 4.025), com sede na Bobadela), o que encarece em cerca de 50% o custo final destas peças, fundamentais à segurança destes equipamentos colectivos. Nos últimos dois anos a EMEF investiu cerca de 7 milhões de euros em rodas, compradas a intermediários. Estranhamente o presidente da CP, Cardoso dos Reis, que acumula escandalosamente também o cargo de presidente da EMEF, teve propostas da própria empresa brasileira MWL, fornecedora de um dos intermediários, para o fornecimento directo da CP a preços mais baixos, as quais “estrategicamente” recusou…! São ainda fornecedores intermediários a WAGONOREMONTEN ZAVOD-99 LTD (Bulgária) e a CAF – Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles, SA (Espanha). Contactado o gabinete de Mário Lino sobre este assunto, foi de imediato remetido para a EMEF por se “tratar de um assunto que diz respeito à gestão corrente da EMEF” tendo esta respondido aos assessores do ministro aquilo que já tinha respondido aos jornais: “os elementos[…] relatados são falsos e descontextualizados”. E desta forma, o Ministério das Obras Públicas, que garante não ter “qualquer conhecimento directo do assunto” entendendo que “não tem mais comentários a fazer sobre essa matéria”… Em tempo de recessão, parece ser esta resposta, uma “boa medida política” para reduzir a despesa pública…