“Libertado GNR que decapitou suspeito (28.10.2007): “O sargento José Santos tinha fama de duro nos interrogatórios. Carlos Rosa não resistiu a um tiro na cabeça. Encostou o cano da arma à cabeça do suspeito e berrou-lhe mais uma vez ao ouvido para o intimidar. Foi o último grito antes de a velha pistola Star abrir fogo. Carlos caiu morto no posto e o sargento Santos, comandante da GNR de Sacavém, resolveu cortar-lhe o pescoço. Separou o corpo da cabeça para esconder a bala. Foi apanhado pela Judiciária e o crime, em Maio de 1996, chocou o País. José Santos cumpria 17 anos de cadeia em Santarém mas saiu há uma semana em liberdade condicional. O comandante contou com Castelo Branco e Samuel Pereira para esconder o crime, dois guardas de serviço à 01h30 de 7 de Maio. Todos foram condenados em Dezembro de 1997”. O Tribunal da Boa-Hora condenou José Santos a 17 anos de prisão – os outros dois apanharam, respectivamente, seis anos de cadeia e uma pena suspensa por dois anos. Foram afastados da GNR. O sargento Santos cumpriu pena em Santarém. Aos 49 anos, atingiu os dois terços da pena. A liberdade condicional, concedida no dia 19, sexta-feira, foi ordenada pelo Tribunal de Execução de Penas. Carlos Rosa, 25 anos, roubava para alimentar o vício da droga. Acabou apanhado pela GNR e levado ao comandante. A pistola de José Santos fez fogo no calor do interrogatório e, enquanto Samuel omitiu o crime, Castelo Branco ajudou a esconder o cadáver – embrulhado num cobertor e levado de carro para um descampado na Quinta da Apelação. O sargento Santos usou uma faca de mato para cortar o magro pescoço de Carlos Rosa, até o decapitar. Deixou o cadáver coberto com ramos e levou a cabeça de volta para o posto onde, com uma chave de fendas, tentou tirar a bala comprometedora. Não reparou que a munição atravessou o crânio da vítima e se foi alojar numa porta de madeira.Horas depois, o sargento abandonou a cabeça em Chelas, Lisboa, atirou a faca ao Rio Trancão e deitou o cobertor ao Tejo. O esforço foi em vão: a 16 de Maio, dez dias depois, um pastor encontrou o cadáver. A Polícia Judiciária começou a investigar o estranho caso do corpo sem cabeça e o cadáver foi identificado. Reconstituíram o último dia de Carlos Rosa e todos os caminhos iam dar ao posto da GNR. O sargento Santos já não disfarçava os nervos. A PJ encontrou marcas de pneus no local onde o corpo foi encontrado. Pertenciam ao Citroën ZX do sargento. O comandante confessou o crime e indicou o lugar para onde tinha atirado o crânio. Dez anos depois está em liberdade”.
"A heroína levara Carlos Rosa ao desemprego – vivia para roubar e roubava para comprar doses diárias que lhe permitiam viver. Na manhã de 6 de Maio de 1996, o sargento Santos é procurado no posto por um velho conhecido. O homem levava um vizinho, que pedia ajuda para localizar Carlos Rosa, suspeito de furtos numa empresa – chaves, um aparelho de fax, máquina de escrever e um teclado de computador. Rosa foi apanhado nessa mesma tarde. Confessou tudo, prometeu ajudar a recuperar o material e até deu informações sobre quem lho tinha comprado. Já depois das 20h00 seguiu com o sargento Santos para o Prior Velho e Galinheiras, de barraca em barraca, à procura dos receptadores. O comandante deixou-o no posto da GNR, pelas 22h30, e voltou a sair. Carlos Rosa ficou à espera. O sargento Santos regressou cerca da 01h30. Levou Carlos Rosa para uma sala dos fundos e, à civil, fez um truque habitual: apontou-lhe a arma e disse: “O que tu merecias era isto”. A velha Star atirou mesmo. O comandante do posto, sargento-ajudante José Fernando Aleixo dos Santos, tinha fama de duro. Foi transferido da Guarda Fiscal para a GNR em 1983 com uma folha de serviços invejável: louvores assinados pelos superiores reconheciam-lhe um comportamento irrepreensível, máxima competência, dedicação e espírito de sacrifício. Um exemplo de militar. Pouco tempo depois de ter chegado ao comando do posto de Sacavém caiu nas boas graças da população. Os moradores, causticados pelos roubos, apreciavam a desenvoltura com que encontrava suspeitos e recuperava material roubado, que devolvia aos proprietários. O sargento era um herói – e o reconhecimento público inchava-lhe o ego. 17 anos de cadeia foi a pena aplicada pelo colectivo de juízes do Tribunal da Boa-Hora ao sargento Santos – responsável pela morte, profanação e ocultação do cadáver. 2/3 da pena cumprida é o mínimo exigível por lei para que um condenado por crimes de sangue possa pedir a liberdade condicional. José Santos sai ao fim de quase 11 anos, por decisão do tribunal”.
"A heroína levara Carlos Rosa ao desemprego – vivia para roubar e roubava para comprar doses diárias que lhe permitiam viver. Na manhã de 6 de Maio de 1996, o sargento Santos é procurado no posto por um velho conhecido. O homem levava um vizinho, que pedia ajuda para localizar Carlos Rosa, suspeito de furtos numa empresa – chaves, um aparelho de fax, máquina de escrever e um teclado de computador. Rosa foi apanhado nessa mesma tarde. Confessou tudo, prometeu ajudar a recuperar o material e até deu informações sobre quem lho tinha comprado. Já depois das 20h00 seguiu com o sargento Santos para o Prior Velho e Galinheiras, de barraca em barraca, à procura dos receptadores. O comandante deixou-o no posto da GNR, pelas 22h30, e voltou a sair. Carlos Rosa ficou à espera. O sargento Santos regressou cerca da 01h30. Levou Carlos Rosa para uma sala dos fundos e, à civil, fez um truque habitual: apontou-lhe a arma e disse: “O que tu merecias era isto”. A velha Star atirou mesmo. O comandante do posto, sargento-ajudante José Fernando Aleixo dos Santos, tinha fama de duro. Foi transferido da Guarda Fiscal para a GNR em 1983 com uma folha de serviços invejável: louvores assinados pelos superiores reconheciam-lhe um comportamento irrepreensível, máxima competência, dedicação e espírito de sacrifício. Um exemplo de militar. Pouco tempo depois de ter chegado ao comando do posto de Sacavém caiu nas boas graças da população. Os moradores, causticados pelos roubos, apreciavam a desenvoltura com que encontrava suspeitos e recuperava material roubado, que devolvia aos proprietários. O sargento era um herói – e o reconhecimento público inchava-lhe o ego. 17 anos de cadeia foi a pena aplicada pelo colectivo de juízes do Tribunal da Boa-Hora ao sargento Santos – responsável pela morte, profanação e ocultação do cadáver. 2/3 da pena cumprida é o mínimo exigível por lei para que um condenado por crimes de sangue possa pedir a liberdade condicional. José Santos sai ao fim de quase 11 anos, por decisão do tribunal”.
“O crime de Sacavém chocou a população local e o País em geral – obrigou a uma reestruturação policial e que, neste caso, levou à troca do posto da GNR por uma esquadra da PSP. Antes de se apresentar ao interrogatório do Sargento Santos, Carlos Rosa tentou que a mãe o acompanhasse: «Eles matam-me».” (in, http://portugal-verdades-e-consequencias.blogspot.com/)