EUTANÁSIA: GESTÃO FRIA DE RECURSOS

adeus Hipócrates, o teu juramento não passa de História aos olhos da NOVA ORDEM...

A quem serve a morte assistida nos hospitais, senão ao Estado, como forma de redução das dispendiosas despesas de manutenção da vida a pessoas que requerem enormes cuidados de saúde?... Não querendo estar a acusar ninguém em particular, pode-se no entanto, encarar esta lei como mais uma medida fria, diria mesmo gélida, tão gélida como a pele de um morto, a de colocar na mão de médicos o poder da morte em vez do poder da vida. O juramento de Hipócrates, o juramente mais sagrado da classe médica, ao qual estão obrigados todos os médicos para exercerem a sua profissão, quando terminam a sua licenciatura diz claramente: “eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higéia e Panacéia, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes. Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva. Conservarei imaculada minha vida e minha arte. Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam. Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados. Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça”.

Assim a ética médica é absolutamente colocada em causa. Se por um lado um doente em situação de sofrimento tem o direito a acabar com a sua vida, por outro esta decisão, tornada lei, coloca a morte como a forma preferencial de solução de um problema, quebrando a fé e esperança na vida, que sempre fizeram desenvolver a investigação biológica e médica. A eutanásia é uma medida implementada com a mesma filosofia das câmaras de gás nazis: acabar com um problema para o qual não se procura solução e “resolvê-lo” da forma mais rápida e menos dispendiosa para o Estado… Além disso, esta situação poderá levar a inúmeras cabalas médicas e familiares com interesses na morte de determinados doentes por terem interesses directos, nomeadamente no caso de heranças de pessoas que se encontram moribundas ou quando se quer “aniquilar” alguém, “inventando-lhe” uma doença incurável para posteriormente esta ser conduzida e desmoralizada ao ponto de desejar a sua própria morte, fruto de tratamentos químicos e drogas psicotrópicas que a levem a “desejar” o suicídio. Depois de criada a lei, virão os diplomas e decretos-lei que a “actualizarão” e sem darmos por isso, um dia a lei da eutanásia, transforma-se num decreto-lei do tipo da “Solução Final” da Gestapo de Hitler… Esta é mais uma medida claramente niilista desenvolvida por políticas fundamentalistas de extrema-direita que pretendem por todos os meios desmoralizar a cada dia, cada vez mais pessoas…