Para muitos espanhóis Portugal representa um país pobre (mesmo muito pobre segundo a opinião de alguns), mas que estranhamente, revela uma qualidade de prestação de serviços superior aos de Espanha em inúmeros sectores. Supermercados mais bem distribuídos, bombas de gasolina mais modernas e com oferta de serviços múltiplos, policiamento nas ruas (que em Espanha é raro ver), parque automóvel bastante moderno (quando comparado com o deles), centros comerciais com lojas de marca e artigos de preço elevado, e, falamos relativamente bem espanhol e inglês… O paradoxo é só para quem vive “dentro do convento” e sabe que em Portugal somos muito mais mal pagos, a precariedade laboral é muito maior e a imagem que damos para o exterior não passa de “cenário” de um filme de série B em que os protagonistas não são actores conhecidos mas pessoas que se esforçam por manter uma aparência muito acima das suas posses, consumindo roupas e artigos de marca e endividando-se até não poderem mais. Nos anos 90 os “opinion-makers” infiltraram-se por toda a sociedade portuguesa com o objectivo de criarem uma rede de “escravos consumistas” que se encarregavam de transmitir para o “exterior” uma “falsa” imagem de progresso suportada num enorme bluff económico. Agora face à recessão, sem suporte consistente, esse castelo de cartas desmorona-se em segundos…
Nos países que se assumem como pobres tudo é permitido. Os pobres “desenrascam-se” como podem, fazem trabalhos que mais ninguém faz, não pagam impostos mas não têm ninguém a persegui-los por isso. Na União Europeia criaram-se leis, directivas e normativas para tudo e mais alguma coisa, que regulamentam e obrigam a milhões de regras e encargos qualquer tipo de actividade ou a simples existência de querer ser ou viver… Uma legislação apertada própria de uma civilização economicamente próspera, rica mesmo, mas para um panorama bem diferente: países mais ricos que dominam países mais pobres. Há muito que se falava nesta dura realidade, mesmo no tempo da fundação da União Europeia ou aquando da adesão de Portugal. Agora está à vista de todos o resultado e nem mesmo assim as pessoas vêem o gigantesco logro que nos foi vendido pela extrema-direita do Centro-Europa. Eles manipular-nos-ão, até à exaustão, e esta está muito próxima… Em Portugal é proibido ser pobre!!!... Quem quiser exercer à margem da lei para sobreviver pode ver os seus bens confiscados e penhorados pelas Finanças ou pelas forças policiais. Os centros de emprego, onde quase não há empregos, operam já com preferência à CUNHA, muitas das vezes, em condições de remuneração e de horário de trabalho que violam todas as mais elementares leis do trabalho instituídas pelo Estado…! O Governo controla o emprego e os desempregados directamente criando soluções de emprego “politizadas” em sites na Internet, controladas e manipuladas directamente pelo poder político totalmente corrompido e indiferente à situação desesperante das pessoas. As fábricas em vez de recorrerem a situações intermédias para solucionar a sua insolvência financeira são “apadrinhadas” pelo GOVERNO para despedirem colectivamente de um dia para o outro centenas e milhares de empregados, para meterem os seus equipamentos em camiões e barcos e deslocarem-se para a Europa de Leste onde a mão-de-obra é quase “gratuita”. EM PORTUGAL É PROÍBIDO SER POBRE…