ANGOLA PREPARA REVOLUÇÃO CONTRA 32 ANOS DE DITADURA

oligarquia de Eduardo dos Santos com cabeça a prémio face a uma possível revolução

O executivo angolano está a tentar lidar com a manifestação anti-governamental em curso na capital do país com uma primeira vaga de repressões. Vinte pessoas terão já sido detidas em Luanda, entre as quais três jornalistas que procuravam cobrir os acontecimentos preparados para a Praça 1.º de Maio. O Movimento para a Paz e Democracia exige libertação imediata destas pessoas e ameaça o executivo de Eduardo dos Santos com medidas extremas. Face às detenções desta madrugada, o Movimento para a Paz e Democracia ameaça o governo angolano afirmando que caso não liberte de imediato as pessoas que foram detidas tomará "medidas repressivas que poderão pôr fim a diplomacia angolana no exterior". "Exigimos que 'Brigadeiro Mata Frakus' e toda a equipa do Novo jornal, nomeadamente Ana Margoso, Pedro Cardoso, Afonso Francisco e Idalio Kandé, sejam postos em liberdade antes da realização das manifestações", declara o MPDA em comunicado, ameaçando com "medidas repressivas que poderão pôr fim à diplomacia angolana no exterior". O comunicado do movimento acrescenta que "o MPDA poderá proceder à convocação de uma marcha geral nos próximos dias, caso o governo corrupto não aja dentro do prazo e dentro da lei estabelecida naquela república das bananas". No entanto, membros do Executivo de Luanda já fizeram saber que estão preparados para pôr em prática qualquer opção com vista a impedir que os angolanos saiam à rua. O aviso é deixado por Bento Bento, primeiro secretário provincial de Luanda do MPLA (partido de Eduardo dos Santos).