acabou o estado de graça de Sarkozy na França e no resto do mundo
A agência de notação chinesa Dagong baixou o "rating" da dívida soberana da França de "AA-" para "A+", num anúncio feito hoje, com base no fraco crescimento económico e endividamento público cada vez mais elevado do país.
"Devido aos problemas estruturais no plano interno, a economia francesa apresentou sinais de menor vitalidade e a sua competitividade internacional continua a deteriorar-se. A médio prazo, o crescimento continuará a ser fraco", estimou a agência de notação financeira chinesa, que proclama a sua independência face ao governo.
A Dagong demarca-se igualmente de outras agências de notação como a americana Standard & Poor's, que ameaçou a França de reduzir a classificação "AAA" em dois níveis.
A diminuição da competitividade da França é ilustrada pela redução das suas exportações, incluindo de produtos de alta tecnologia, e pelo "aumento gradual do seu défice da conta corrente, lento crescimento económico e elevado desemprego", indicou a Dagong.
A agência chinesa apontou três razões para o declínio: "Os salários aumentaram mais depressa do que a produtividade", "os impostos elevados e os benefícios sociais reduziram a 'performance' do mercado laboral" e "o envelhecimento manifesto da população reduziu o potencial de crescimento económico".
No plano orçamental, "as medidas de austeridade existentes não permitirão atingir o objectivo do equilíbrio das finanças públicas em 2016", estimou a Dagong.