PORTUGAL EM PLENA MISÉRIA AVANÇA COM 1.000 MILHÕES DE EUROS PARA FUNDO DE RESGATE EUROPEU

por um lado pedimos, por outro damos: alguém percebe esta economia europeia?

A decisão de antecipar a entrada em vigor do novo fundo de resgate obriga o Governo de Passos Coelho a desembolsar mil milhões. A decisão dos líderes europeus de antecipar em um ano a entrada em vigor do fundo de resgate permanente - o MEE, mecanismo europeu de estabilidade - para Junho de 2012 vai implicar que Portugal encontre, até essa data, cerca de mil milhões de euros nos mercados, que é a sua fatia para constituir o capital inicial desse fundo. Além disso, Portugal vai ser chamado a contribuir para o pacote de 200 mil milhões que os europeus acordaram emprestar ao FMI para que este reforce o seu papel no combate à crise do euro. Esta contribuição será no entanto opcional. Caso Portugal queira fazê-lo, a sua fatia de créditos ao FMI - através do Banco de Portugal - ascenderia a mais 3,5 mil milhões. A Irlanda, que também está sob programa de ajustamento, já decidiu ficar de fora, e - tendo em conta o acordo da cimeira - Portugal tem até ao final desta semana para escolher. O facto de Portugal estar ligado à máquina em termos de financiamento do Estado permite-lhe não contribuir para as tranches de empréstimos do actual fundo de resgate (FEEF) à Irlanda por exemplo, mas para a constituição do novo fundo de socorro está previsto que todos os países contribuam, em função da quota de capital no Banco Central Europeu. Esse montante não vai contar para os critérios de défice mas pesará, de qualquer forma, no endividamento do país, com os juros pesados a que o mercado agora empresta.