A arquitectura portuguesa é dos sectores económicos mais lucrativos do “nosso” país. Por esse mesmo motivo, aventurar-se neste mundo é dar um mergulho profundo nestas águas turbulentas e perigosas onde TUDO É MÁFIA. Desde os negócios imobiliários com terrenos que envolvem câmaras municipais e gigantescos interesses partidários, passando pela manipulação de preços pelo “artificial” tecto de valores de compra e venda mantido pelo jogo sujo das imobiliárias face ao “real” preço de mercado, lavagem de dinheiro de actividades ilícitas como a droga e prostituição na construção de condomínios e empreendimentos de luxo, oferta de imóveis a presidentes de juntas de freguesia e câmaras municipais em troca de influências e aprovações “tácitas”, os negócios mantidos entre bancos e imobiliárias que se garantem mutuamente, a lista não acaba… Desde o 25 de Abril, quando surgiu a típica figura do construtor com o seu Mercedes e molhos de notas nos bolsos (hoje mudou para o AUDI ou BMW, mas os molhos de notas mantêm-se!!!...) que a máfia da construção e da arquitectura evoluiu de uma atitude “interventiva” de esquerda com pendente social (todos tinham direito a ter a sua casa) para uma total manipulação das regras do jogo por este movimentar milhões, com forte pendor de “extrema-direita” (o cidadão comum já não consegue pagar a sua casa ao banco, ficando “fora do jogo”). A figura do arquitecto encontra-se, assim, fragilizada publicamente e o seu título obtido oficialmente através dos cursos universitários nada significa face às inúmeras instituições que "em simultâneo" procedem a um verdadeiro "ataque" aos seus projectos num jogo complexo de aprovações, indeferimentos e adiamentos, tornando a legalização de um simples projecto um complexo "jogo" que envolve muita corrupção e "chantagem", campo favorável às empresas de arquitectura que "movem" as suas "influências"... Em Espanha esta corrupção foi contornada com um simples procedimento: é o Colégio de Arquitectos (a Ordem) que recebe duas cópias dos projectos, uma para o seu "arquivo" e outra a entregar "oficialmente" ao construtor. Nenhuma entidade tem de aprovar ou indeferir projectos de arquitectura, que são, acima de tudo, obras de arte e estética e o arquitecto é efectivamente reconhecido pelo seu real título profissional...
É o construtor agora com dimensão de PROMOTOR IMOBILIÁRIO, com direito a logótipo e quota de mercado, que exerce já “oficialmente” pressão junto das entidades estatais (pois delas recebe apoio secreto via Illuminati e outras sociedades secretas ou partidos políticos). O PROMOTOR é quem estabelece as políticas de gestão territorial, dita as regras de elaboração dos PDM’s e demais planos de ordenamento do território, financia as campanhas políticas de forma directa ou indirectamente através de outras pequenas empresas subsidiárias destas e de uma forma geral é ele quem diz às empresas de arquitectura, que agora têm a dimensão de grandes consórcios, o que fazer, chegando mesmo a ditar o seu “gosto arquitectónico” de forma imperativa. Estas empresas de arquitectura, certificam-se para a qualidade, unificam procedimentos e unem-se secretamente em jogos que levam à monopolização do mercado de produção de projectos. Tratam os seus funcionários como escravos e fazem imperar o medo como forma de manipularem e fazerem uma constante “lavagem cerebral”, sobretudo a quem não defende ideais de extrema-direita. Aliam-se com a Ordem dos Arquitectos, entidade “isenta de influências”, na criação de cada vez mais leis e normas de arquitectura e procedimentos administrativos ridículos, que acabam por tornar o exercício da profissão um inferno ou mesmo inviável aos pequenos arquitectos ou pequenas e médias empresas de produção de projectos de arquitectura. Este sempre foi um sonho antigo de certas correntes conotadas com a direita salazarista e até com a Ordem dos Engenheiros, que já no séc. XIX “roubou” o papel do arquitecto à sua função interventiva social. Desta forma o arquitecto “de esquerda” populista e idealista é aniquilado, dando lugar a uma “seita” de “lobos” que não permitem a existência ou sobrevivência dos “outros”, os que não “estão” com eles. Durante o Estado Novo a arquitectura estava reservada a “algumas famílias” próximas das elites do Estado Salazarista… A história repete-se…