«1. As cinco famílias de homens: “Desde a alvorada do Tempo dos Homens, em todas as tribos dos homens que partilham a Terra, houve cinco famílias de homens, […] a família dos que viviam arrancando os tesouros da Terra. Esta […] alimentava a carne do animal que é a parte do Homem que o liga à Terra e o seu signo é a Abelha […] a família dos que viviam trocando os tesouros da Terra; esta saiu da primeira família e o seu signo era o Zangão […] a família dos que viviam arriscando a vida para proteger todas as famílias de homens que compunham a sua tribo […] os heróis e os reis e o seu signo era a Águia. Outra família de Homens descobriu os segredos do Caminho que conduz até ao outro lado do Muro onde param os olhares de todos os Homens das outras famílias. A esta família de Homens pertenciam aqueles a que chamais santos; reunia os sábios e, por vezes, os poetas e o seu signo é o Elefante. […] Estas quatro famílias viviam de acordo com o caminho que liga o Céu à Terra; pois o Homem é também o elo, o mediador, o elo… […] E havia também a família dos que se sentiam atormentados pelo desejo de saber e que julgaram encontrar a Verdade fora do Caminho. Esta família era formada por todos aqueles que as outras famílias não quiseram e não tinha signo próprio… e por não ter signo, os seus confundiram neles todos os signos”.»
«2. As atribulações: “A princípio, os santos, os sábios e os profetas, que viviam sob o signo do Elefante, inspiravam os heróis e os reis, que viviam sob o signo da Águia, e os heróis e os reis conduziam e protegiam todas as famílias de Homens de todas as tribos da Terra. Foi o Tempo dos Sábios que viviam sob o signo do Elefante e esse tempo foi o mais longo do Tempo dos Homens. Ora, aconteceu que alguns sábios e reis julgaram que as famílias de Homens dependiam apenas da carne e do sangue do animal que é uma parte do Homem e não quiseram continuar a acreditar que as as famílias dos Homens dependiam em primeiro lugar do espírito que existe neles e, por conseguinte, deixaram de merecer os nomes dos sábios e de reis, pois tinham provado ter em maior consideração os bens da Terra do que a Verdade única do Caminho e tinham repelido todos os homens para as únicas verdades da Terra. Apareceu um sábio que detinha todos os segredos da Tríade e que foi o Mediador Supremo das Três Unidades. Fez aquilo a que os homens chamam milagres e pôs o Caminho, a Verdade e a Vida ao alcance de todos eles. Os falsos sábios da família dos Homens que não tinham qualquer signo fizeram-no morrer no meio de suplícios atrozes e o seu signo ia penetrar todas as tribos dos homens, como símbolo de mediação para os sábios do futuro… Após o Tempo dos Sábios, chegou o Tempo dos Reis… e esse foi um longo tempo dos Tempos dos Homens. Assim começou o Tempo da Grande Subversão que precede a Idade das Trevas predita pelos profetas do Caminho… e a Idade das Trevas desenrola-se em três tempos: o Tempo das Abelhas, que precede o Tempo dos Zângãos, que precede o Tempo da Besta, que é o Tempo do Fim. Ora, está dito: Cada um destes Tempos demora a chegar e termina rapidamente e o mais curto será o derradeiro… No entanto, o Fim não será o último fim, mas o fim de um ciclo, pois os destinos do Homem não serão realizados. Sobreviverão alguns povos, marcados para sobreviver ao Tempo do Fim. Alguns sinais que nem todos viram e cujo sentido muitos homens – apenas entre os que vivem sob o signo do Elefante – podiam captar, não deixaram ainda de as designar, pois é por eles que sobreviverão ao Tempo do Fim que os Homens conhecerão os seus últimos fins e nada prevalecerá contra esses sobre os quem foram feitos os sinais. Mas todos aqueles e aquelas que fizeram esses sinais foram destruídos e despedaçados pela violência e até pelo fogo dos homens, por ordem dos que não viviam sob qualquer signo”.»