NOVOS ACTORES MUNDIAIS

Katmandu (Índia), greve dos táxis por redução do fornecimento de electricidade

«Novos actores mundiais: a verosímil emergência da China e da Índia, assim como outras nações, ao estatuto de novos actores mundiais de peso – ascensão em potência comparável à da Alemanha unificada no século XIX e à dos Estados Unidos no início do século XX – transformará a paisagem geopolítica. Potencialmente, o seu impacto será tão espectacular como foi o dessas duas nações nos dois últimos séculos. Da mesma maneira que os comentadores evocam os cem anos agora decorridos como o «século americano», o século XXI será talvez visto como o período em que a Ásia, conduzida pela China e pela Índia, entrará no seu século. Nestas duas grandes nações, a combinação de um crescimento económico sustentado com capacidades militares em expansão e populações numerosas, constituirá a base de um esperado crescimento em forte aceleração, tanto no plano económico como no plano político. […] As economias dos outros países em vias de desenvolvimento, como o Brasil, poderão ultrapassar a quase totalidade dos grandes países europeus até 2020, tal como, no mesmo lapso de tempo, a economia indonésia também poderá aproximar-se das economias de certas nações europeias. […] Ou os membros da União Europeia adaptam a sua mão-de-obra, reformam o seu sistema de protecção social, a sua educação e os seus sistemas fiscais e acolhem populações imigradas em volume crescente (provenientes, sobretudo, de países muçulmanos) ou serão confrontados a um longo período de imobilismo económico. O Japão enfrenta uma crise de envelhecimento semelhante, que poderá travar a sua recuperação económica num prazo de tempo mais alargado. […] A Rússia detém todo o potencial necessário para elevar de novo o seu papel internacional, devido à sua forte posição de exportador de petróleo e de gás. Contudo, enfrenta uma grave crise demográfica, resultante de uma baixa taxa de natalidade, de um sistema de saúde medíocre e de uma epidemia de sida potencialmente explosiva.» (in, O Relatório da CIA, Alexander Adler, Editorial Bizâncio, 2006, Lisboa)

Nesta perspectiva qual o peso da crise económica mundial nestes novos mercados e vice-versa? De que forma, no futuro, estas potências poderão, igualmente, agitar a política e a economia internacionais? Na Índia, no início de Janeiro deste ano, mais de seis milhões de camiões estiveram parados, em protesto contra o aumento dos combustíveis exigindo a redução dos impostos numa conjuntura económica em que se prevê a perda de dez milhões de postos de trabalho até Março!!!... No Nepal os táxis de Katmandu bloquearam as ruas da cidade numa outra manifestação de protesto devido à escassez de electricidade (redução de 16 para 12 horas diárias), fundamental para recarregar aquele tipo de rickshaw eléctrico…Falamos de milhões, portanto…