DESPEDIMENTO COLECTIVO DE JORNALISTAS

o edifício sede do DN no Marquês de Pombal, "estandarte" da arquitectura do Estado Novo

«O Sindicato dos Jornalistas (SJ) denunciou ontem (dia 12.01.2009), em comunicado, que se desencadeou um processo de despedimentos de um grupo de jornalistas, e outros trabalhadores, no grupo Media Capital (MC), particularmente, no Rádio Clube Português (RCP), dirigido por Luís Osório. Manifestando todo o seu apoio aos trabalhadores despedidos, o SJ alega que as propostas de demissão apresentadas são "inaceitáveis". "Tal procedimento ofende as regras legais em vigor sobre despedimento e atinge a dignidade dos jornalistas abordados, pelo que justifica pleno repúdio e impõe a firme exigência de respeito pelos direitos e garantias dos trabalhadores", disse o SJ em comunicado. O organismo sindical frisa que estes despedimentos advêm de uma necessária redução de custos que no seu entender vai ser feita "não apenas à custa do sacrifício de jornalistas e outros trabalhadores ao seu serviço, mas também com base na exploração do trabalho gratuito e ilegal de estudantes apresentados como estagiários". O SJ garante que esta situação bem como a violação das garantias fundamentais, em termos de horários e do direito a descanso, vai ser comunicada à Autoridade para as Condições de Trabalho. O DN contactou a Media Capital, que se escusou fazer quaisquer comentários sobre o assunto. E Luís Osório não esteve disponível até ao fecho desta edição. A MC, detida pelos espanhóis da Prisa, detém as rádios RCP, M80, Cidade FM, Comercial, Best Rock, Romântica FM e a Mix FM, que registaram um aumento de audiência média acumulada de véspera no 3.º trimestre deste ano, segundo o Bareme Rádio. O RCP foi a que registou maior crescimento, entre as rádios de informação, subindo 0,4 %.» (in, DN Online, 13.01.2009)

O DN e o Jornal de Notícias fazem igualmente parte deste grupo. Não posso deixar de considerar curioso o facto de algumas destas empresas envolvidas terem estado de alguma forma conotadas com o período salazarista durante o “Estado Novo”, como o Diário de Notícias e o Rádio Clube Português… (O Rádio Clube Português surgiu no começo dos anos 1930 e, rapidamente, adquiriu uma forte dimensão radiofónica em Portugal. As suas ligações ao novo poder político aliada à vontade de fazer uma rádio de tipo profissional levou à sua rápida implantação no contexto radiofónico nacional, ainda na primeira metade da década de 1930, o que levou ao incondicional “apoio político” do regime de Salazar. Foi a programação assente numa base simultaneamente “popular e patriótica” e o envolvimento na guerra civil de Espanha, ao lado das tropas de Franco, que levaram à fama esta rádio…)

Pois é, as pessoas esquecem-se destes “pequenos” pormenores, não é…? Mas já dizia o “nosso” Presidente da Comissão Europeia: EM POLÍTICA (que actualmente quer dizer, na NOVA ORDEM) NÃO HÁ COINCIDÊNCIAS!!!...