NO NATAL PORTUGUÊS, A TRADICIONAL... CAÇA À MULTA

a caça à multa por radar é controladora e um atentado às sociedades livres

Todos os anos os portugueses recebem um ou vários presentes extras da parte das forças policiais portuguesas. Ao que parece existe mesmo um programa especial de "caça à multa" neste período do ano, que por um lado reforça o subsídio de natal dos agentes (que recebem à comissão), e por outro encontra menos resistência da parte do infractor cujo salário é duplo, permitindo-lhe fazer face a estas "despesas extra". Supostamente as forças policiais deveriam agir no sentido de monitorizar a sociedade e intervir apenas em casos de necessidade. Ora aquilo a que assistimos é a utilização de um poder quase sem limites na aplicação fria de multas a torto e a direito, de forma implacável sobre o cidadão. O polícia é o ser todo poderoso e o cidadão um reles ser vivo, a quem se deve "sacar" o mais possível. Como a lei tem milhões de páginas, qualquer pretexto serve para multar qualquer cidadão em qualquer situação.

Longe vão os tempos em que os polícias portugueses apenas prendiam gatunos. Agora vêem na angariação indiscriminada de fundos, uma excelente fonte de rendimento para o corrupto estado português. Longe também estão os tempos da liberdade do 25 de Abril, quando ser polícia era ser irmão dos portugueses. Por todo o mundo se generaliza este sentimento das super-polícias que perseguem cidadãos livres nas suas residências impondo a sua presença e o medo da sua actuação, que rebocam milhares de viaturas por dia, que passam multas avultadas por tudo e por nada, que colocam confortavelmente os seus radares esperando as vítimas como armadilhas para animais selvagens. Este tipo de policiamento não melhora a sociedade. Apenas acentua as diferenças, carrega nas classes mais desfavorecidas e explora economicamente, numa escala sem precedentes, as cada vez mais escassas e débeis remunerações mensais dos portugueses. Em Portugal, como sempre, aplicam-se as leis mais exigentes da Europa (elaboradas para países ricos) da forma mais penalizante para os cidadãos nacionais. Caminhamos para uma sociedade controlada pelo medo, uma nova sociedade fascista na qual o político manda e o polícia obedece cegamente, actuando contra a liberdade de expressão e contra a sociedade livre de cidadãos. Uma interessante excepção no degradante panorama europeu: em Londres, os polícias vestem o gorro de Pai Natal e são especialmente simpáticos neste período natalício para os transeuntes...