Uma manifestação pró-curda degenerou em violência no sudeste da Turquia. Os incidentes começaram após os discursos dos deputados do Partido para uma Sociedade Democrática – DTP – que foi dissolvido pelo Tribunal Constitucional, na sexta-feira. A justiça acusou a única formação pró-curda no Parlamento de estar ligada às guerrilhas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Esta segunda-feira, o DTP deixou oficialmente de existir, pela aplicação da Lei Anti-Terrorista Internacional. Dyarbakir, situada no sudeste da Turquia, é uma cidade de maioria curda, dominada pelo DTP. Por isso, foi o local escolhido para uma reunião dos dirigentes do partido e para uma manifestação que reuniu dez mil pessoas. O quarto dia consecutivo de protestos acabou em confrontos com a polícia e em detenções. Os manifestantes atiraram pedras, as forças de ordem responderam com canhões de água e granadas de gás lacrimogéneo. A ilegalização do partido abala as tentativas do governo de promover os direitos culturais da minoria curda e as ambições de aderir aos 27. A Comissão europeia voltou a avisar que a ilegalização do DTP impede a representação política de uma parte significativa dos eleitores. O primeiro-ministro reagiu, pela primeira vez esta segunda-feira, e apelou à unidade nacional. A Lei Anti-Terrorista usada "à força" para retirar da assembleia, políticos eleitos democraticamente pelo povo... A NOVA ORDEM MUNDIAL impera.