"BARRACA" OBAMA

nem a participação de Obama na campanha salvou Martha Coakly no Massachussets

Um ano depois de Obama ter iniciado funções em Washington como 44.º Presidente dos EUA, os democratas sofrem agora uma significativa derrota histórica no Estado do Massachussetts, bastião dos Kennedy há quatro décadas. O republicano Scott Brown reclamou assim o lugar do senador Ted Kennedy, no que pode ser lido como um forte revés para Barack Obama, já que com esta vitória os republicanos fazem os democratas perder a sua vantagem no senado (59 democratas contra 41 republicanos), órgão fundamental para aprovação das polémicas reformas do Presidente, nomeadamente o diploma da "saúde universal", reforma maioritariamente rejeitada pelas sondagens e que o senador Ted Kennedy apelidou de "a causa da minha vida". Os 52% do candidato republicano Scott Brown permitiram-lhe assegurar o lugar, conquista que está a ser vista como "histórica" pelo presidente do comité nacional do GOP e que para muitos é uma espécie de referendo ao primeiro ano de governação da Administração Obama.

A consciência de que todo um plano de governo estava em jogo levou o próprio Presidente a envolver-se pessoalmente na campanha de Martha Coalley, tendo no domingo agendado uma deslocação a Boston para manifestar o apoio à candidata democrata.
Brown um acérrimo defensor das técnicas de interrogatório com simulação de afogamento e um claro opositor a recentes programas com vista à redução da emissão de carbono, ataca também a política da saúde de Obama, já que as suas reformas fariam com que o fortíssimo lobbie da indústria química farmacêutica, maioritariamente nas mãos da CIA (por sua vez dominada por republicanos de elite) e por republicanos como Donald Rumsfeld
perderia toda a sua supremacia económica, com prejuízos de muitos milhões de dólares para a ala republicana. A política hoje é feita de números, mas não de estatísticas, ou seja, é um jogo de dólares movimentado pelos grandes lobbies privados (bancos e multinacionais) já inseparáveis dos partidos... E a última palavra é sempre dada pela CIA, a grande causadora actual dos maiores males do mundo, gerados no século XX com fortes repercussões neste início de século XXI. Se calhar, as causas defendidas pelos fundamentalistas islâmicos, que pretendem acabar com o poder da CIA, poderão vir a revelar-se num futuro próximo como uma verdade e não como uma consequência.