Alberto João chamou a atenção para o facto de a Alemanha estar a dominar a Europa economicamente
Alberto João Jardim afirmou ontem que o país pode necessitar de mais ajuda financeira e considerou que Portugal precisa de medidas que coloquem a economia a crescer e não da prática de cortes "daqueles rapazinhos que estão lá no Governo".
"Eu não sei se não será preciso ir reforçar este apoio estrangeiro, mas se a gente começa a reforçar e reforçar, vamos cair na mesma história daqueles problemas da Grécia", afirmou Alberto João Jardim no Faial, concelho de Santana, onde hoje visitou a XXI Exposição Regional da Anona.
Perante dezenas de pessoas que se concentraram no adro da igreja local, às quais explicou as circunstâncias da dívida da Madeira que determinaram o pedido de ajuda financeira ao Governo Central - iniciativa que vai repetir pelo arquipélago -, o chefe do Executivo insular referiu-se à "última asneira" do ex-primeiro-mninistro José Sócrates "antes de sair", que foi ter fechado o acordo com a troika em 78 mil milhões de euros, "um quinto praticamente daquilo" que o país precisa.
PS de Sócrates "roubou" a Madeira
Sobre o PS de José Sócrates, Alberto João Jardim reiterou que roubou a Madeira: "Roubou-nos, tirou-nos o dinheiro que era nosso para dar a Lisboa e aos Açores", declarou.
"Enquanto com o PS eles roubaram-nos, com estes conseguiu-se chegar a um acordo, embora eu também não ande aqui de mãos dadas com o Governo da República", avisou.
Na ocasião, Alberto João Jardim assumiu ainda ter "muitas dúvidas" em relação às medidas em curso no país e na Europa. "O que é preciso em Portugal é a economia crescer, é haver mais emprego, estas medidas que aqueles rapazinhos que estão lá no Governo em Lisboa estão a tomar - corta, corta, corta, corta, - uma economia onde corta, corta e que não cresce não gera impostos, não gera receitas, e é o que está a suceder na Europa", alertou. Para o presidente do Governo Regional, a Europa "precisa de imprimir mais moeda" de forma a "haver mais movimento comercial, fazer crescer a economia e o número de postos de trabalho". Grande disciplina financeira "Se fosse mandão lá na Europa, não era esta a política que fazia", afiançou, sustentando que o Governo alemão "gosta desta política" porque o país faz 80% das exportações "dentro da Europa", pelo que não lhe interessa que "os outros países cresçam muito".
Considerando que, embora tenha perdido a guerra, a Alemanha é "quem manda na Europa" e a sua política "é não deixar mais moeda em circulação" para evitar inflação, Alberto João Jardim insistiu: "Sem inflação não há hipótese de recuperar uma economia (...). De maneira que se me perguntarem se esta política está certa, para mim parece-me que não, não era a política que eu faria para recuperar o país, mas eles estão numa, eu estou noutra". Sobre o programa de ajustamento financeiro da região, o governante reconheceu que "vai obrigar a uma grande disciplina financeira", mas que a "sustentabilidade financeira ou era agora ou era nunca". "Eu quero deixar o Governo dizendo, está aqui a obra e estão aqui as finanças metidas na ordem", acrescentou. No final do discurso, Alberto João Jardim percorreu os espaços da exposição, onde antes do Partido Trabalhista Português defendeu a produção da anona e distribuiu panfletos sobre os seus benefícios terapêuticos. Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/jardim-critica-rapazinhos-que-estao-no-governo=f707192#ixzz1nZln63Ac