FÁBRICA PEUGEOT-CITROËN DE MANGUALDE SUSPENDE PRODUÇÃO COM 300 TRABALHADORES

todos os dias centenas de portugueses perdem os seus empregos e os seus salários

A decisão foi comunicada aos trabalhadores na quinta-feira à noite, à saída do último turno, e ainda não era oficial, segundo o Diário de Notícias, que avançou com a notícia no seu site. Os 300 empregados em causa – que o DN diz que poderão vir a ser mais – tinham voltado ao activo em Outubro de 2010, após a fase difícil que a PSA de Mangualde atravessou em 2008. Nesse período difícil, que se prolongou até finais de 2009, foram extintos centenas de postos de trabalho. Essa situação tinha no entanto sido ultrapassada e os mais de 500 trabalhadores que deixaram a fábrica em 2009 foram reabsorvidos no final de 2010, após uma melhoria das condições de mercado. Na altura a administração da empresa de Mangualde assegurou que os trabalhadores seriam "contratados por seis meses e a sua continuidade estaria dependente do evoluir de mercado", afirmou então Juan Codina que dirigia a unidade. O presidente da comissão de trabalhadores da empresa, Jorge Abreu, não quis comentar a decisão e disse ao DN que daria mais esclarecimentos nesta sexta-feira de manhã, após uma reunião com a administração da empresa, agendada para as 9h30.

Esta unidade trabalha em parceria com a fábrica de Vigo, também do Grupo PSA. De Espanha chegaram já duas notícias que inquietaram os trabalhadores: a indicação de que, em Março, aquela fábrica vai parar por seis dias, e que tem o parque de produção de veículos prontos para entrega completamente cheio . Em 2011 a fábrica da de Mangualde obteve resultados animadores – produziu 50.000 automóveis e facturou 400 milhões de euros, com as exportações a atingirem 97% desse valor. Apesar disso, prevê-se menos actividade para este ano, o que estará na base desta decisão do construtor francês. O cenário agora colocado a esta fábrica portuguesa não surpreende, pois em Outubro a Peugeot-Citroën, que é o maior construtor automóvel francês e o segundo maior europeu, anunciou o despedimento de 5000 trabalhadores na Europa devido à crise e esta semana disse que em 2012 vai reduzir os investimentos e desfazer-se de activos, para compensar as perdas da actividade automóvel no ano passado.