Arménio Carlos aposta no derrube imediato deste Governo-capacho da Troika e do FMI
A CGTP marcou na quinta-feira uma greve geral para 22 de março que será a oitava da Intersindical nos últimos 29 anos e a primeira sob a liderança de Arménio Carlos.
O agravamento da legislação laboral e das condições de vida dos portugueses, o aumento do desemprego, o aumento do empobrecimento e as sucessivas medidas de austeridade levaram o conselho nacional da CGTP a decidir a marcação da paralisação, cerca de quatro meses após a última greve geral.
Desta vez não é previsível que a UGT se junte ao protesto, como aconteceu a 24 de novembro de 2011 e de 2010, porque a central sindical liderada por João Proença assinou o acordo para a Competitividade, Crescimento e Emprego que está na origem da revisão da legislação laboral.
As duas centrais sindicais estiveram juntas nas duas últimas greves gerais, pela primeira vez, contra as medidas de austeridade aplicadas pelo Governo socialista e pelo atual governo PSD/CDS.
Ao longo dos últimos 29 anos a CGTP fez sete greves gerais e a UGT três.
A primeira greve da CGTP, a 12 de fevereiro de 1982, foi contra o pacote laboral que o governo AD tentou impor, retirando direitos aos trabalhadores.
Por isso, a CGTP pediu a demissão daquele Executivo. Na altura, a paralisação contou com a participação de 1,5 milhões de trabalhadores.
No mesmo ano, a 11 de maio, realizou-se outra greve geral pelo mesmo motivo, mas acrescentando o protesto contra a repressão policial que causou dezenas de feridos e 2 mortos no Porto, na véspera do 1.º de Maio.
O pacote laboral do Governo de Cavaco Silva deu o mote para a terceira greve geral em democracia, a 28 de março de 1988.
Esta greve foi realizada pelas duas centrais sindicais, embora convocada em separado porque as relações entre a CGTP e UGT não eram as melhores.
Para tentar impedir a aprovação do Código do Trabalho de Bagão Félix a CGTP promoveu uma nova greve geral a 10 de dezembro de 2002, que contou com a participação de 1,7 milhões de trabalhadores.
A quinta greve, a 30 de maio de 2007, foi de protesto contra a revisão do Código do trabalho feita pelo Governo PS, que a Inter considera ter agravado ainda mais a legislação laboral.
A primeira greve geral nacional em Portugal realizou-se em janeiro de 1912 em defesa de melhores salários.