CENTRAL NUCLEAR DE CÁCERES A 100KM DE PORTUGAL PAROU POR PERIGOSO SOBREAQUECIMENTO

a falta de peritagens regulares tão comum na Europa pode levar a perigosos acidentes nucleares como o de Fukushima

A central nuclear de Almaraz II, em Cáceres, a 100 quilómetros de Portugal, parou ontem a produção por causa das altas temperaturas detectadas numa das bombas de refrigeração. De acordo com o Conselho de Segurança Nuclear espanhol (CSN), a paragem não programada do reactor justifica-se com “a presença de altas temperaturas numa das bombas principais de refrigeração do reactor”. “Como medida preventiva, e antes de alcançar um valor que obrigue a uma paragem automática do reactor, os responsáveis decidiram parar a central” e desligá-la da rede, acrescenta o CSN em comunicado. Este organismo garante que “os sistemas de segurança actuaram correctamente”. A paragem da central “não representa riscos nem para as pessoas nem para o ambiente e está classificada como o nível 0 na Escala Internacional de Ocorrências Nucleares (INES)”, conclui o CSN. A INES é uma escala com sete níveis definida pela Agência Internacional de Energia Atómica e pela OCDE, utilizada para divulgar à sociedade a gravidade de um evento nuclear. O acidente da central nuclear de Fukushima (Japão), em Março, foi classificado como nível 7 nesta escala, assim como a catástrofe de Tchernobil (Ucrânia), em Abril de 1986. Em Espanha existem seis centrais nucleares em funcionamento, num total de oito reactores (as centrais de Almaraz e Ascó têm dois reactores cada), segundo o Conselho de Segurança Nuclear. As restantes são Santa Maria de Garoña, Trillo, Cofrentes e Vandellós II. Uma central, José Cabrera, já foi definitivamente encerrada. Estas centrais produzem cerca de 20% da electricidade consumida no país.