O Primeiro-ministro acusou no passado dia 18 os deputados da oposição de terem tentado humilhá-lo publicamente com a comissão de inquérito PT/TVI, afirmando que o seu dever agora seria um pedido de desculpa ao país e a si. José Sócrates falava aos jornalistas sobre os acontecimentos da comissão de inquérito sobre a eventual interferência do Governo no negócio PT/TVI após ter encerrado a conferência do Diário Económico sobre "a escola do futuro na era da economia digital", na Gare Marítima de Alcântara. Interrogado sobre o motivo que o levou a apenas aceitar responder por escrito à comissão de inquérito, Sócrates contrapôs que respondeu "a 70 perguntas" formuladas pelos deputados". "Não respondi presencialmente, porque percebi bem o que os deputados da oposição queriam fazer. Eles queriam humilhar-me. Queriam humilhar-me a mim e a posição do primeiro ministro", sustentou. Na opinião de José Sócrates, PSD e Bloco de Esquerda pretenderam fazer "um julgamento político dos seus adversários". "Isto faz lembrar aqueles que, desde pequeninos, ficaram com a frustração de não terem participado nos processos de Moscovo e que, finalmente, agora arranjaram uma forma de quererem julgar os outros na Assembleia da República, usando a força de terem uma aliança negativa, que junta todos os partidos contra o Governo", disse.
Para José Sócrates, "todos os portugueses perceberam que não se fez [na comissão de inquérito] uma avaliação minimamente justa". "Trata-se apenas de uma avaliação política, que é caricata, porque os deputados não apuraram nada", defendeu. Interrogado se sentia mais fragilizado com as conclusões da comissão de inquérito, o primeiro ministro recusou e contrapôs: "o que sai fragilizada é a imagem da oposição". "Quando se juntam os partidos da oposição, fazendo uma comissão de inquérito - afirmando que eu não tinha dito a verdade ao Parlamento - e chegam ao fim sem prova alguma, o dever desses partidos era pedir desculpa ao país, à Assembleia da República e a mim. Mas não espero essa grandeza desses partidos", acrescentou.