REACÇÃO EM CADEIA (II): EXCESSO DE POPULAÇÃO

construção em altura será um enorme erro

O nosso planeta tem actualmente cerca de 7 biliões de pessoas, o dobro de há 45 anos atrás. E se a população duplicasse outra vez, de um dia para o outro? Espaço vital para viver, comida, água e ar começariam a faltar rapidamente e o caos nas cidades levaria a transformações sociais repentinas nunca imaginadas. No 2.º episódio desta série do National Geographic Channel - Excesso de População - podemos assistir a alguns cenários possíveis: http://www.youtube.com/watch?v=hQhaU6iUG0c ; http://www.youtube.com/watch?v=bkURDh2sRgQ&NR=1 ; http://www.youtube.com/watch?v=6WeYXantOpo&NR=1 ; http://www.youtube.com/watch?v=bE1lHJXJ-WE&NR=1 ; http://www.youtube.com/watch?v=13Yauih67uQ&NR=1 ; http://www.youtube.com/watch?v=mn32SzNRPpA&NR=1 ; http://www.youtube.com/watch?v=7OLEbiKxs4U&NR=1 ; http://www.youtube.com/watch?v=2L-uxN0lacc&NR=1 .

Na altura da construção das grandes pirâmides do Egipto o planeta teve cerca de 30 milhões de habitantes, 1 bilião na altura da construção do Big Ben, 2 biliões apenas 80 anos depois, tendo duplicado novamente em 1973 (apenas decorridos 45 anos) na altura da abertura do WTC de NY. Os actuais 7 biliões já estão a fazer o planeta entrar em ruptura. Como seria se a população fosse de 14 biliões, de um dia para o outro?

6 Meses depois tinha-se dado um boom na construção. Arranha-céus eram agora os edifícios mais construídos já que o espaço nas cidades é pago cada vez mais caro. Mas quanto mais alto é um edifício mais pesado é. Um edifício de 200 andares pode pesar cerca de um milhão de toneladas. E nem todos os terrenos os podem suportar. Apenas terrenos de rocha firme. As florestas começam a ser arrasadas para serem feitas plantações destinadas à produção alimentar. Todos os campos do mundo são equivalentes a toda a área da América do Sul. Países como o Egipto utilizam novas tecnologias para plantar no deserto. Na China e na Índia, 5 biliões de pessoas passam fome. A produção de leite começa a não responder às necessidades e uma vaca apenas começa a produzir leite ao fim de dois anos. O preço da comida sobe dramaticamente. Os cereais começam a ser utilizados todos para as plantações e as exportações dos EUA para outros países diminuem drasticamente. Muitos países procuram então mais alimento nos mares. Redes mais apertadas e fundas pescam indiscriminadamente. Só na China são pescados cerca de 4 milhões de peixes todos os meses. Frotas de camiões circulam 24 horas sem parar para abastecer os mercados e lojas. As pontes e aquedutos começam a ruir devido ao excesso de tráfego de pesados. Na construção há falta de casas e só nos EUA 3 biliões de pessoas não têm casa. Central Park alberga agora cerca de 200.000 pessoas em tendas.

1 Ano depois a maior parte dos países estão em crise social, económica e política. Os transportes nas cidades estão superlotados e são manifestamente insuficientes. Por todo o mundo super-arranha-céus são construídos, apesar de tudo. Mas na China alguns destes edifícios apenas duram alguns anos ou até meses, já que inúmeras zonas são sísmicas. Milhares de pessoas morrem fruto deste facto. É o fim das casas unifamiliares. As habitações são agora maioritariamente comunitárias. As casas de madeira deixam de ser alternativa, pois só uma pode consumir cerca de 100 árvores. Inúmeras florestas são devastadas. O consumo de água duplica e os sistemas de abastecimento e esgotos entram em ruptura. Cada vez que chove torrencialmente, os esgotos inundam ruas e casas. A água pura começa a ser contaminada. Desinteria, diarreia e todo o tipo de epidemias são o resultado disto e da contaminação dos lixos e ratos. Falhas dos rins e meningites também atacam uma parte da população. Os hospitais encontram-se cheios de doentes de cólera e febre tifóide. Conseguir água limpa começa a ser cada vez mais difícil. Em todo o planeta apenas 3% da água é limpa e dois terços dela encontra-se congelada nos pólos, icebergues ou glaciares. Os restantes 97% são água salgada. Cada casa começa a apenas utilizar 45 litros de água por dia, um corte drástico se comparado com os anteriores 870 litros de consumo diário. As faltas de água são agora constantes. Os agricultures começam a optar por espécies mais resistentes à falta de água. As centrais de energia nuclear, grandes consumidoras de água, deixam de poder produzir energia. A maioria é desactivada. O carvão passa a ser a alternativa energética mais viável. As luzes das cidades são apagadas à meia-noite. Na China a escassez de comida é imensa. Nas zonas rurais gangs assaltam tudo o que podem à procura de comida e água.

3 Anos depois o mundo é já um lugar perigoso. Centenas de milhares de pessoas desempregadas quase não têm acesso a comida e água potável. O colapso económico mundial é uma realidade. A lei e ordem entram em ruptura. Muitos polícias desertam e procuram ajudar as suas famílias. A indústria do carvão polui agora os ares a uma escala nunca antes vista. O efeito smog viaja de continente para continente e junta-se à poluição de cerca de 5 milhões de carros. O ar é cada vez mais tóxico e irrespirável, causando a morte a milhares de pessoas e, especialmente de crianças. Em certos dias deixa de ser aconselhável sair à rua. Nas ruas pessoas lutam pela água. A indústria de dessalinização passa a ser a única alternativa para resolver o problema da falta de água. As quintas consomem quase todas as reservas para poderem produzir alimentos em massa. As barragens encontram-se sem água e a construção começa a parar devido à falta de água. Algumas espécies de peixes desaparecem e a criação de peixes em cativeiro é manifestamente insuficiente. A emigração ilegal começa a sofrer um grande controlo nas fronteiras por causa da falta de água. Algumas quintas começam a deixar de produzir por falta de condições. Na África Central 30 milhões de refugiados começam a deslocar-se.

Após 7 anos, NY começa a ser abandonada. Alguns edifícios abandonados caem. Os edifícios novos demoram cada vez mais a construir. Os automóveis são banidos e a maioria das pessoas deslocam-se a pé ou de bicicleta. Agora com água dessalinizada alguns reactores nucleares voltam a produzir energia para as cidades, as principais consumidoras. As cidades ainda são, nesta altura, a melhor solução para a grande maioria das pessoas. O preço da água sobe. As plantações que sofrem de seca são cada vez mais. Na Cidade do México, 36 milhões de pessoas sofrem os efeitos da seca. Inúmeros edifícios ruem facilmente por falta de água, já que as suas fundações se encontram fragilizadas. Milhões de casas abandonadas por todo o mundo mostram um cenário desolador. A seca é agora global.

Ao fim de 10 anos, centenas de milhares de pessoas abandonam as suas casas. Algumas cidades ficam completamente sem água e são abandonadas.
Arranha-céus recentemente construídos são abandonados: a água não tem pressão na rede para subir tão alto. Barragens e lagos estão maioritariamente secos assim como cada vez mais plantações. Muitas pessoas fogem para zonas mais húmidas e frias. Mas pelo caminho apenas apanham água contaminada e sem água o seu corpo não resiste mais de 48 horas. Começam as alucinações e desorientações. Muitos morrem. As algas, morrem devido à contaminação dos fertilizantes, e com elas inúmeras espécies de peixes. O deserto do Sahara expande-se para Sul e milhões de pessoas têm de fugir. Muitos habitantes fogem para zonas geladas, mas muitos não resistem ao frio. No Polo Norte algumas empresas dinamitam icebergs para os levar por mar para NY e abastecer a população aí ainda residente. Chicago e Toronto são cidades de tendas a perder de vista. A maior migração da história começa nesta altura.

Decorridos 35 anos, a maior parte das cidades encontra-se junto à água, pois todas as outras foram abandonadas. Milhões de pessoas morrem de fome e sede. O planeta apenas tem agora 4 biliões de seres humanos. Aos poucos os peixes, plantas, aves e restante vida animal começam a recuperar. Os rios correm livres outra vez. Os reservatórios naturais de água enchem-se aos poucos novamente. O planeta volta a estar equilibrado.

Hoje já há cidades superlotadas, milhões de pessoas passam fome e a pobreza está a aumentar. Muitos dizem que a Terra já está no limite e que muito em breve ficará assustadoramente pior...