CHUVAS TORRENCIAIS NA CHINA ARRASAM MEIO MILHÃO DE CASAS

as cidades das sociedades pobres e precárias não estão preparadas para o "novo" clima

O número de mortos causado pelas chuvas torrenciais no sul da China, consideradas as piores do último meio século, subiu para 175, segundo o balanço do governo chinês divulgado hoje ao princípio da tarde (hora local). Às 8h00 (1h00 em Lisboa), o Ministério dos Assuntos Civis chinês tinha também apurado que havia 107 pessoas desaparecidas, mais 14 do que na véspera. Cerca de 144.000 casas estavam "em risco de ruir" e meio milhão está irrecuperável, o que levou à retirada de 1,7 milhões de pessoas, indicou a mesma fonte. As províncias de Hunan, Jiangxi e Guangxi são as mais afectadas. Segundo o Ministério dos Assuntos Civis chinês, desde 13 de Junho passado, o temporal atingiu 25,1 milhões de pessoas, em nove regiões, e causou prejuízos económicos directos no valor de 29.700 milhões de yuan (3575 milhões de euros) - mais 10.000 milhões de yuan (1205 milhões de euros) do que estimado no domingo. Em algumas zonas, a água que inundou as ruas subiu até um metro de altura, perturbando o fornecimento de energia eléctrica e os transportes. Cerca de 40.000 pessoas que pretendiam viajar para o sul do país ficaram retidas em Xangai, disse o jornal China Daily. O Primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, deslocou-se no fim de semana à província de Guangxi e apelou para a melhoria dos sistemas de previsão meteorológica e de emergência para lidar com a "inclemência do tempo". O n.º de desalojados ultrapassa já os 900.000.