AUMENTO DE IMPOSTOS PARA 2011: UE EXIGE MAIS MEDIDAS

Teixeira dos Santos concordou de imediato com mais impostos, pois quem paga é o povo

A Comissão Europeia concluiu ontem, em Estrasburgo, que Portugal tomou este ano as medidas orçamentais "suficientes" para alcançar os objectivos e pede a Lisboa para "especificar rapidamente" as medidas que vai tomar nos próximos anos. No relatório de avaliação dos progressos feitos para reduzir o desequilíbrio das contas públicas para menos de 3% do PIB até 2013, a comissão sublinha: "Espera-se que Espanha e Portugal precisem no seu Orçamento para 2011 medidas equivalentes a 1,75% e a 1,50%, respectivamente, do PIB, de forma a alcançar os novos objectivos". O executivo comunitário acrescenta que esta análise deve ser vista como uma "orientação" para ser seguida na elaboração do Orçamento do ano que vem. "Os objectivos orçamentais actuais, incluindo os objectivos revistos de Espanha e de Portugal, parecem garantir uma posição global orçamental adequada para a UE, mas há uma evidente necessidade de avançar com mais força com a agenda estrutural", disse o comissário dos Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rehn.

O ministro das Finanças reagiu de imediato, garantindo que Portugal engrenou numa "trajectória de forte confiança" que levará a que tenha sucesso na "obtenção de um défice não superior a 7,3% do PIB no final de 2010". Para 2011, acrescenta Teixeira dos Santos, em comunicado, "definimos como objectivo um défice de 4,6% do PIB, um objectivo que, atentas as actuais condições dos mercados financeiros, e por muito exigente que seja, tem que ser alcançado com firmeza e determinação". "Este é um desafio que temos que enfrentar com determinação, pois atingir tais objectivos é essencial para restaurar a confiança na economia portuguesa e assegurar condições sustentáveis para o seu financiamento", sublinhou. A Comissão decidiu também abrir processos por "défice excessivo" contra três novos países - República Checa, Dinamarca e Finlândia - restando apenas três dos 27 com o défice dentro dos limites: Suécia, Estónia e Bulgária.