APANHADA MÁFIA SICILIANA QUE LAVAVA DINHEIRO EM PORTUGAL

Portugal, um país de tanta corrupção política, agora um paraíso para a Máfia siciliana

Giovanni Lore, um dos mais perigosos chefes da máfia siciliana, procurado por toda a Europa, foi capturado em Carvalhal, no Bombarral. Estava numa vivenda usada como sede de um grupo criminoso que, através de um esquema de burlas, branqueava dinheiro, nomeadamente de origem mafiosa, e foi detido na quinta-feira, pela PJ de Leiria, com mais três italianos, dois portugueses e uma mulher brasileira. Na ‘Vivenda do Sossego’, os investigadores foram surpreendidos por um sofisticado sistema de videovigilância, que permitia o controlo rigoroso das entradas e saídas. "Havia vários computadores, alguns portáteis, e imensos telemóveis com baterias suplentes", disse ao CM fonte policial, adiantando que o grupo foi criado no início do ano, após Giovanni Lore, 45 anos, ter fugido de Vigo, Espanha, onde se escondera após a captura de 30 operacionais da Máfia.

Em Portugal, o italiano liderava um grupo de burlões que compravam bens alimentares e os colocavam no mercado, depois de passarem por um armazém grossista, em Torres Novas, nunca pagando aos fornecedores. "Só de uma vez adquiriram 80 mil euros em alimentos", adiantou o coordenador da PJ de Leiria, Carlos do Carmo, frisando que em poucos meses terão movimentado "quatro ou cinco centenas de milhares de euros". Giovanni Lore nasceu em Itália a 11 de Abril de 1965. Liderava uma das mais importantes redes mafiosas sicilianas, e as autoridades adiantam que é extremamente violento e anda frequentemente armado. Carlos Nogueira, taxista no Bombarral, fazia serviços para o mafioso siciliano há nove meses. Transportava prostitutas e casais chegados ao aeroporto de Lisboa. "Nunca tive razão para desconfiar. Disseram-me que trabalhavam no sector dos congelados", conta ao CM. "Dava-me 1500 euros de serviços por mês."