O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã disse ontem que o provável acordo entre o PS e o PSD vai, apenas, "trazer recessão à economia e mais impostos para os trabalhadores, às classes médias e às PME". Francisco Louçã falava aos jornalistas no final da conferência que deu a alunos universitários sobre o tema «O PEC e a crise», e durante a qual apelou aos professores, funcionários e alunos da Universidade do Minho que participem na greve geral marcada para 24 de Novembro. Louçã defendeu que era possível "uma outra política orçamental e económica", pensada, desde logo, "por um combate exigente ao despesismo e aos desperdícios do Estado, mas olhando para quem tem e não paga e não apenas para aqueles que todos os dias já pagam impostos". Em sua opinião, o ataque ao défice das contas públicas não pode ser feito à custa dos direitos das pessoas, cortando na educação, na saúde, na segurança social e aumentando o preço dos medicamentos: "apresentamos 15 medidas concretas de diminuição do défice que passam pelo controlo da despesa e pelo lado da receita fiscal, pondo, por exemplo, os bancos a pagar o IRC que lhes é devido", disse. Louçã lamentou ainda que haja, actualmente, bancos e outros especuladores financeiros que "vão buscar dinheiro ao Banco Central Europeu com um por cento de juro e o vendem ao Estado, comprando títulos da dívida pública a seis por cento".