XENOFOBIA NA ALEMANHA REAFIRMADA POR ANGELA MERKEL, A CHANCELER

Berlim, totalmente destruída em 1945 renasce agora das cinzas com mais xenofobia

A Chanceler alemã Angela Merkel afirmou recentemente que "falharam totalmente" as tentativas para construir uma sociedade multicultural, onde as diferentes culturas coabitem de forma harmoniosa. Merkel defende um maior esforço por parte dos imigrantes, que é quase o mesmo que dizer: "estão por vossa conta". Certo é que a Alemanha está a passar uma fase nacionalista e xenófoba. Em Berlim, por exemplo, não se fala quase nenhuma língua que não seja alemão, mesmo nos postos informativos de turismo, museus, aeroportos ou quaisquer locais turísticos, em geral. Se a pergunta é feita em inglês, a resposta é irremediavelmente em alemão. Além disso nota-se um estranho sentimento de desprezo pelos turistas em geral, sobretudo os que não falam deutsch. Nas ruas, à noite, bandos de skins assaltam em geral jovens estrangeiros, geralmente turcos, argelinos ou de outras nacionalidades. No coração da acção do Governo europeu, é estranho que um país como a Alemanha esteja a optar novamente por voltar às pólíticas niilistas que a levaram em 1933 a ascender como uma potência xenófoba e perigosa para a democracia mundial.

No excelente filme
"A Foreign Affair" com Marlene Dietrich (1948) feito em Berlim, podíamos avistar o efeito destrutivo que tiveram as cerca de 75.000 toneladas de explosivos que caíram naquela capital em 1945. Uma cidade arrasada. A memória social afectada para sempre. O passado desaparecido. Uma população que teve de começar tudo de novo praticamente. Desse filme retiramos uma mensagem subtil deixada nas entrelinhas dos diálogos: os EUA passaram a ser os novos imperialistas, os mesmos que estão a apoiar incondicionalmente a Alemanha dos dias de hoje a fomentar estas políticas de austeridade sobre inúmeros países europeus, como forma de conseguirem recuperar a sua própria economia do dólar sobre o euro.