PROTESTOS CONTRA AUSTERIDADE DA UE DEIXAM FRANÇA À BEIRA DO CAOS

em França as pessoas não se deixam levar pelas reformas enganadoras dos políticos

O Projeto do governo que propõe uma reforma na segurança social (aumento da idade mínima da reforma de 60 para 62 anos) e que deve ser votado entre hoje e amanhã sacode a França e deixa o país semiparalisado e a polícia em alerta máximo. Ontem, estudantes, sindicalistas e reformados voltaram em massa às ruas. Segundo informações do Ministério da Administração Interna, cerca de 1,1 milhão de manifestantes participaram em 266 manifestações contra os planos do presidente Nicolas Sarkozy, em cidades como Paris, Marselha, Lyon e outras. Para os sindicatos, o número real foi mais do que o triplo, 3,5 milhões. O projeto já foi aprovado pela Assembleia Nacional (Câmara dos Deputados) e deve ser votado hoje ou amanhã pelo Senado. A proposta também eleva de 65 para 67 anos a idade mínima para a aposentadoria com benefícios integrais.

Paralelamente às manifestações de rua, as 12 refinarias de combustível francesas permanecem fechadas, devido à greve dos funcionários do sector contra a reforma. Resultado: pelo menos 2,5 mil postos estão sem gasolina para vender. Em resposta, Sarkozy convocou uma nova reunião ministerial e anunciou que a polícia vai intervir directamente nos depósitos e refinarias bloqueados. A questão de abastecimento será resolvida em quatro ou cinco dias – garantiu, por sua vez, o primeiro-ministro François Fillon, reiterando que a lei será votada e aprovada. O Governo está já a pensar utilizar as suas reservas estratégicas de gasolina, o que poderá ser um erro, caso a UE entre em guerra com o Irão. As paralisações também atingem outros sectores, como o transporte aéreo. Mais de 50% dos voos foram cancelados no Aeroporto de Orly, em Paris, e 30% dos voos não partiram dos outros aeroportos do país, incluído o Roissy-Charles de Gaulle, também na capital francesa e o maior do país. Pelo menos 379 escolas de ensino médio foram bloqueadas por estudantes. Em Marselha, no sul do país, os lixeiros entraram em greve, deixando pilhas de lixo pelas calçadas das ruas da cidade.