GREVE CONTRA REFORMA DAS APOSENTAÇÕES PARALISA A FRANÇA

França que fez crescer as suas políticas sociais, vê agora a UE destruir-lhe as regalias

É a segunda paralisação em França em menos de um mês contra a reforma do sistema de pensões que inclui aumentar a idade de reforma de 60 para 62 anos. A greve geral afectou a circulação de transportes ferroviários, aéreos e urbanos em várias cidades, bem como escolas e até jornais. Dezenas de voos entre Portugal e França foram anulados. O governo diz que a reforma é inevitável para assegurar as necessidades de financiamento do sistema de pensões. Um cidadão entrevistado dizia: “Penso que estamos condenados a trabalhar mais tempo e se não o fizermos hoje vamos ter que o fazer mais tarde. Penso que é para o nosso bem e para o bem das nossas crianças. Por isso, compreendo que o governo não queira recuar, mas penso que deve fazer alterações em relação às profissões mais duras. Mas é importante fazê-lo.” A 7 de Setembro, os sindicatos garantem ter mobilizado mais de dois milhões e meio de pessoas. A polícia fala de um milhão. As greves saem caras aos trabalhadores. Os trabalhadores do sistema ferroviário estatal, a SNCF, iniciaram a greve no fim da tarde desta quarta-feira, por volta das 17h, horário local. Também os professores aderiram à greve ontem, quinta-feira. O principal sindicato da categoria disse que um em cada dois professores não apareceu para dar aulas. Em todo o país, pré-avisos de greve foram apresentados em 65 redes de transporte público, atingindo as maiores cidades francesas como Bordéus, Marselha, Lyon, Lille, Estrasburgo, Montpellier e Toulouse, um aumento de mais de 50 por cento em relação às greves concretizadas na anterior jornada de luta sindical.