Buzinões e marchas lentas vão acontecer hoje um pouco por todo o país, em forma de protesto contra a anunciada introdução de portagens nas SCUT, autoestradas até aqui sem custos para o utilizador. "É claro que, estando os dois maiores partidos em sintonia em relação à introdução de portagens, dificilmente haverá marcha atrás neste processo, mas a esperança é a última coisa a morrer. Pode ser que seja desta que Governo compreende as razões que nos assistem", afirmou o porta voz dos utentes da A28. O Governo decidiu cobrar portagens nas SCUT Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata a partir de 15 de outubro, o mesmo acontecendo nas restantes do país até 15 de abril. Para hoje, está marcado um protesto nacional, com buzinões e marchas lentas, em todas as localidades servidas pelas SCUT.
O movimento conjunto de contestação às portagens já definiu as horas dos vários protestos e, no caso de Viana do Castelo, os automobilistas concentram-se às 17:00, na rotunda junto ao Hotel Áxis. Em Esposende, o ponto de encontro está marcado para as 18:00, na Avenida da Marginal, e na Póvoa de Varzim os automobilistas juntam-se, a partir das 18:00, na rotunda da Telecom, desfilando depois pela Estrada Nacional 13 até Azurara, em Vila do Conde. No Porto, a marcha será feita a partir das 17:00 pela VCI, com partida em vários locais em simultâneo. Espinho e Aveiro têm ações concertadas a partir das 17:00, sendo que no primeiro município se juntam na rotunda da Rua 19 e, no segundo, na rotunda da Policlínica, na EN109, acabando ambas as caravanas por se encontrarem, para um desfile conjunto pela A29. Em Viseu, a concentração é à mesma hora na Avenida Europa, e em Torres Novas o cortejo sai, a partir das 17:30, da Casa do Guarda (Casa Nery), junto ao viaduto de Rio Frio.
Para o Algarve está também agendada uma jornada de luta, que vai percorrer a Estrada Nacional 125. "Até ao lavar dos cestos é vindima", acrescentou Jorge Passos, sublinhando a "profunda injustiça" da introdução de portagens em localidades onde "não há qualquer alternativa minimamente válida" e onde os índices de desenvolvimento ficam "bem abaixo" da média nacional. Este activista contesta ainda a "disparidade temporal" anunciada para a introdução de portagens nas várias SCUT do país. "A haver portagens, pelo menos que seja em todo o país ao mesmo tempo. Vai-se sacrificar já o norte porquê? E quem consegue explicar por que é que o IC19 e outras autoestradas da zona de Lisboa ficam livres de portagens? Onde está a equidade, onde está a justiça, onde está o critério?", questionou. No dia 14, serão discutidos e votados, na Assembleia da República, que propõem a revogação da cobrança das portagens nas SCUT.