Dois detidos de nacionalidade brasileira que foram depor por homicídio ao Departamento Central de Investigação Criminal (DCIAP), em Lisboa, fugiram ontem ao princípio da tarde mesmo à porta do departamento, tendo conseguido roubar um carro que estava estacionado ali perto. A fuga dos dois homens, que tinham sido transportados numa carrinha celular acompanhados por guardas prisionais, provocou uma verdadeira caça ao homem por Lisboa que envolveu, inclusive, disparos de tiros. Acusados de introduzirem em Portugal 1,7 toneladas de cocaína, avaliada em 20 milhões de euros., os dois indivíduos são violentos e possuem grande capacidade técnica para o crime. A PJ suspeita de cumplicidade nos serviços prisionais, dado o poder económico dos detidos. Tudo aconteceu por volta das 14h30, quando os dois suspeitos detidos estavam a sair do DCIAP, onde tinham sido conduzidos por uma carrinha celular.
Quando estavam a aproximar-se da carrinha, conseguiram escapar dos guardas prisionais, usando gás pimenta sobre um deles, e roubar um carro, tendo fugido a alta velocidade pelas ruas de uma das zonas centrais da cidade. Antes ainda, um dos guardas que acompanhava os detidos tentou demovê-los, disparando tiros na sua direcção. O aparato policial foi imediato, tendo sido iniciada a perseguição, que culminou em Monsanto, onde o carro roubado foi descoberto, cerca de duas horas depois, abandonado. O DCIAP, que está instalado num edifício da Rua Alexandre Herculano, perto do Rato, tem condições de segurança muito deficientes e pouco adequadas a estas situações. As carrinhas celulares que ali têm de levar presos não conseguem entrar no parque de estacionamento do edifício, pelo que os prisioneiros têm que entrar e sair pela rua, no passeio em frente à porta do departamento.