POLÍCIA BRASILEIRA PERSEGUE COMERCIANTES APÓS TRAGÉDIA DAS CHEIAS

saques e especulação de preços são a continuação da desgraça dos que tudo perderam

A polícia do Rio de Janeiro vai prender em flagrante os comerciantes que praticarem preços exorbitantes nas cidades da região serrana atingidas quarta-feira por uma violenta tempestade que matou mais de 630 pessoas e onde desde aí habitantes se queixam de especulação. A ordem foi dada pelo comandante-geral da Polícia Militar, responsável pela segurança ostensiva, coronel Mário Sérgio Duarte. A partir de agora, a polícia que está nas cidades devastadas vai investigar cada denúncia de cidadãos sobre a prática de preços abusivos. Se a queixa for confirmada, o dono do estabelecimento ou o gerente que estiver nele serão detidos. Desde o momento da catástrofe, as poucas lojas de cidades como Friburgo e Teresópolis que ficaram de pé têm praticado forte especulação, inflacionando exorbitantemente os preços das mercadorias, de alimentos a produtos de higiene pessoal. A água, em garrafas ou garrafões, o bem mais cobiçado pois quase todo o abastecimento público domiciliar foi interrompido, tem sido vendida com um aumento de até oito vezes sobre o seu preço normal. Velas, outro produto muito procurado pois as cidades afectadas continuam em grande parte sem energia eléctrica, estão a ser vendidas por até cinco vezes mais que o seu preço real, e gasolina, vassouras, produtos de higiene e outros também foram fortemente inflacionados.