O advogado do fundador do WikiLeaks teme que este possa ser enviado para a prisão de Guantánamo ou mesmo condenado à morte caso seja extraditado, segundo um documento legal tornado público ontem pela defesa de Julian Assange. "Existe um risco real de, se extraditado para a Suécia, os Estados Unidos procurarem a sua extradição ou rendição ilegal, onde corre o risco real de ser detido em na Baía de Guantánamo", pode ler-se no documento assinado por Geoffrey Robertson. O advogado acredita que Assange "pode ser alvo de pena de morte" e aponta que algumas figuras da política norte-americana, como Mick Huckabee ou Sarah Palin, referiram já essa hipótese. Ontem, Assange voltou a entrar no tribunal numa audiência preliminar para marcar a decisão sobre a extradição para os dias 7 e 8 de Fevereiro.
As condições da liberdade condicional de Assange foram também ontem alteradas. "A única variação na sua liberdade é que nas noites de 6 e 7 de Fevereiro, poderá residir no Frontline Club de Londres", declarou o juiz durante a sessão relâmpago, referindo-se ao clube de jornalistas fundado por Vaughan Smith, onde Assange permanece sob fiança desde dia 16 de Dezembro. Na audiência final que decidirá se Assange é ou não enviado para a Suécia, para aí ser julgado sobre alegados crimes sexuais, a defesa divulgou que vai apelar a vários pontos para evitar a extradição, como o facto desta "ofensa não ser uma ofensa para extradição". Numa comunicação à imprensa na entrada do tribunal, o australiano afirmou que a divulgação de telegramas da diplomacia de Washington vai ser acelerada e confessou-se pessimista sobre o futuro da organização, que enfrenta prejuízos de 500 mil euros por semana desde que as contas foram bloqueadas depois do início do escândalo "Cablegate". (in, Jornal "i").