ALEMANHA, FRANÇA E ITÁLIA DEFENDEM REPOSIÇÃO DE FRONTEIRAS EUROPEIAS

Barroso pressionado por países pró-extrema-direita europeia a rever acordo Schengen

Já são três grandes países europeus no espaço Schengen - Alemanha, França e Itália - que defendem uma reforma deste Tratado para alargar a possibilidade de repor, a título excepcional, o velho sistema de fronteiras na Europa. Mas a Comissão Europeia admite apenas "uma clarificação" para as regras em vigor sejam "melhor implementadas". A revolta árabe e o desembarque em solo europeu de cerca de 26 mil tunisinos nos últimos meses desencadearam um conflito político entre Paris e Roma sobre o destino a dar a estes refugiados. A cimeira bilateral, na passada terça-feira, entre o chefe de governo italiano Sílvio Berlusconi e presidente francês Nicolas Sarkozy, parece ter apaziguado os ânimos, com uma declaração enviada a Durão Barroso para rever o Tratado. Bruxelas vai apresentar propostas no próximo dia 4 de Maio para melhorar a gestão dos fluxos migratórios que entram no espaço Schengen. Porém, ontem o porta-voz da Comissão, Patrizio Fiorilli, deixou claro que estas propostas não vão fazer uma "revolução" mas sim melhorar a "cooperação entre os estados membros na implementação". "Temos noção que depois de vários anos com Schengen, os textos devem evoluir porque as situações evoluem mas não há nenhuma revolução, apenas de trazer maior claridade ao que já está em vigor", nomeadamente das circunstâncias excepcionais que permitem suspender temporariamente a livre circulação de pessoas.