As empresas públicas de transportes têm de pagar 935 milhões de euros de dívidas com urgência. Neste momento, o endividamento destas empresas é sete vezes superior às receitas e apenas uma delas tem capitais próprios positivos. Segundo avança o Público, as empresas públicas de transportes estão a apelar às Finanças, em negociações com a banca e em reuniões com os sindicatos para resolver os problemas de tesouraria. Este mês, a Metro do Porto e a Refer têm de pagar, 100 e 30 milhões de euros, respectivamente. Em Junho é a vez da Carris pagar 74,6 milhões e depois o Metro de Lisboa cujo valor não foi tornado público, sabendo apenas tratar-se de um "grande empréstimo" que tem de ser pago. Quanto à CP, terá de pagar 260 milhões de euros, até ao terceiro trimestre. Terá sido o valor desta dívida das empresas públicas de transportes a levar a agência de notação financeira Standard & Poor's a cortar mais uma vez o rating de três destas empresas para um nível próximo de "lixo". Nesse sentido, os bancos já não estão dispostos a conceder empréstimos ou mesmo a renovar linhas de financiamento a estas empresas. José Manuel Rodrigues, presidente da Carris, disse ao Público que chegou-se a um ponto de ruptura e que deixou de haver dinheiro. Ricardo Fonseca, da Metro do Porto, reconhece as dificuldades financeiras, mas refere que o serviço não se tem degradado e vai mais longe ao afirmar que o Estado avançou com os projectos sem se preocupar se havia possibilidade de os financiar.