Forças de segurança sírias voltaram ontem a abrir fogo para dispersar um protesto antigovernamental em Homs, na região oeste do país, onde a violência recrudesceu. Mais de 30 pessoas morreram e 90 ficaram feridas nos últimos dias. Horas depois de o Ministério do Interior ter avisado que não toleraria uma "insurreição armada levada a cabo por grupos salafistas", a polícia entrou na praça do Relógio em Homs, a terceira maior cidade da Síria, onde milhares de manifestantes se concentravam desde segunda--feira. As forças de segurança começaram por advertir os manifestantes, através de megafones, para que abandonassem o local. Como estes não acataram a ordem, os agentes, alguns dos quais à paisana, lançaram gás lacrimogéneo e, posteriormente, abriram fogo com balas reais, disparando sem cessar contra os manifestantes. De acordo com fontes oficiosas, havia registo de pelo menos três mortos e de um número indeterminado de feridos. Outra fonte dava conta de quatro vítimas mortais (dois polícias e dois homens armados) em confrontos na cidade. Refira-se que são cada vez mais as denúncias de familiares de soldados mortos, segundo as quais aqueles que se negam a disparar contra a multidão são executados pelos superiores. Perante o recrudescer dos protestos, o governo de Damasco anunciou ter aprovado um projecto que determina o levantamento do estado de emergência, em vigor desde 1963, e ainda um projecto-lei que regula as manifestações pacíficas.