BILDERBERG N.º 1 EM PORTUGAL LANÇA MOVIMENTO "UM COMPROMISSO NACIONAL"

maçons e llluminati's preparam-se para tomar oligarquicamente as rédeas do poder?

Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio são algumas das mais de 40 figuras públicas portuguesas que assinam o documento "Um Compromisso Nacional", que o Expresso iniciou e publica em exclusivo: «Portugal está a viver uma das mais sérias crises da sua história recente. Essa crise tem uma dimensão financeira e económica, que se reflete no défice orçamental, no desequilíbrio externo, no elevado grau de endividamento público e privado e nos baixos índices de competitividade e crescimento da economia, com grave impacto no desemprego, em especial nas gerações mais novas; mas tem igualmente uma dimensão política e social grave, que se exprime numa crescente dificuldade no funcionamento do Estado e do sistema de representação política e em preocupantes sinais de enfraquecimento da coesão da sociedade e das suas expectativas. A crise financeira e económica mundial que se iniciou em 2007,com origem nos Estados Unidos, gerou em 2009 a maior recessão global dos últimos 80 anos e transformou-se, mais tarde, na chamada crise da dívida soberana, que abriu no seio da União Europeia um importante processo de ajustamento político e institucional, afetando de modo especialmente negativo alguns dos Estados membros mais vulneráveis, entre os quais, agora, Portugal. Nesta situação de grande dificuldade, em que persistentes problemas internos foram seriamente agravados por uma conjuntura internacional excecionalmente crítica, os signatários sentem-se no dever de exprimir a sua opinião sobre algumas das condições que consideram indispensáveis para ultrapassar a crise, num momento em que a dificuldade de diálogo entre os dirigentes políticos nacionais e a crescente crispação do debate público, nas vésperas de uma campanha eleitoral, ameaçam minar perigosamente a definição de soluções consistentes para os problemas nacionais».

«Essas condições envolvem dois compromissos fundamentais: a) em primeiro lugar, um compromisso entre o Presidente da República, o Governo e os principais partidos, para garantir a capacidade de execução de um plano de ação imediato, que permita assegurar a credibilidade externa e o regular financiamento da economia, evitando perturbações adicionais numa campanha eleitoral que deve contribuir para uma escolha serena, livre e informada; este compromisso imediato deve permitir que o Governo possa assumir plenamente as suas responsabilidades para assegurar o bem público e assumir inadiáveis compromissos externos em nome do Estado. b) em segundo lugar, um compromisso entre os principais partidos, com o apoio do Presidente da República, no sentido de assegurar que o próximo Governo será suportado por uma maioria inequívoca, indispensável na construção do consenso mínimo para responder à crise sem a perturbação e incerteza de um processo de negociação permanente, como tem acontecido no passado recente; numa perspetiva de curto prazo, esse consenso mínimo deverá formar-se sobre o processo de consolidação orçamental e a trajetória de ajustamento para os próximos três anos prevista na última versão do Programa de Estabilidade e Crescimento; e, numa perspetiva de médio/longo prazo, sobre as seguintes grandes questões nacionais, relacionadas com a adaptação estrutural exigida à economia e à sociedade: a governabilidade, o controlo da dívida externa, a criação de emprego, a melhor distribuição da riqueza, as orientações fundamentais do investimento público, a configuração e sustentabilidade do Estado Social e a organização dos sistemas de Justiça, Educação e Saúde».

«As próximas eleições gerais exigem um clima de tranquilidade e um nível de informação objetiva sobre a realidade nacional que não estão neste momento asseguradas. A afirmação destes compromissos, a partir de um esforço conjunto dos principais responsáveis políticos, ajudará seguramente a construir uma solução governativa estável, que constitui a primeira premissa para que os Portugueses possam encontrar uma razão de ser nos sacrifícios presentes e encarar com esperança o próximo futuro. Mais de 40 signatários: Adriano Moreira, Alexandre Soares dos Santos, Álvaro Siza Vieira, António Barreto, António Gomes de Pinho, António Lobo Antunes, António Lobo Xavier, António Nóvoa, António Ramalho Eanes, António Rendas, António Vitorino, Artur Santos Silva, Belmiro de Azevedo, Boaventura Sousa Santos, Daniel Proença de Carvalho, Diogo Freitas do Amaral, Eduardo Lourenço, Eduardo Souto Moura, Emílio Rui Vilar, Fernando Ramôa Ribeiro, Fernando Seabra Santos, Francisco Pinto Balsemão, Isabel Rodrigues Lopes, João Gabriel Silva, João Lobo Antunes, Joaquim Gomes Canotilho, Jorge Sampaio, José Carlos Marques dos Santos, José Carlos Vasconcelos, José Pacheco Pereira, José Pena do Amaral,José Silva Lopes, Júlio Pomar, Júlio Resende, Leonor Beleza, Luís Portela, Manoel de Oliveira, Manuel Braga da Cruz, D. Manuel Clemente, Manuel Sobrinho Simões, Maria de Sousa, Maria Fernanda Mota Pinto, Maria João Rodrigues, Mário Soares, Miguel Veiga,Rui Alarcão, Teresa de Sousa.