Uma subida do preço dos alimentos em mais 10 por cento (ou seja mais 36% do que o período homólogo do ano passado) pode empurrar para a pobreza extrema mais 10 milhões de pessoas em todo o mundo, alertou esta quinta-feira o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. «É a maior ameaça aos pobres de todo o mundo, os elevados e galopantes preços dos preços alimentares», disse Zoellick em conferência de imprensa nas reuniões de Primavera do Banco Mundial, em Washington. Para Zoellick, os últimos números do Índice dos Preços Alimentares, hoje divulgados, «contam uma história cruel e persistente, de uma pressão esmagadora sobre os pobres», e embora não sejam a causa directa dos protestos no Médio Oriente e norte de África, são um «factor agravante» destes. Em relação ao ano passado, os dados do Banco Mundial apontam para uma subida de 36% dos preços dos bens alimentares, próximo do máximo histórico de 2008, e mostram-se crescentes. As principais razões apontadas são a crise económica e o aumento do preço do petróleo. Não se esperam melhorias neste problema. O preço dos alimentos continuará a aumentar exponencialmente.