Grande parte dos membros eleitos do Conselho Superior da Ordem dos Advogados (OA), e parte dos membros cessantes do mesmo órgão, num total de cerca de 20 pessoas, abandonaram ontem à noite a tomada de posse do Bastonário. António Marinho Pinto, eleito a 26 de Novembro com 49% dos votos, recordou no discurso de posse do seu 2.º mandato à frente da Orde dos Advogados, os seis processos disciplinares de que foi alvo nos dois primeiros anos do primeiro triénio a que presidiu ao organismo. “Alguns destes processos foram verdadeiras ignomínias quanto aos seu motivos. O Conselho Superior da OA agiu como polícia, Ministério público, e Juiz em relação ao Bastonário. Chegou a apelar-se publicamente à apresentação de queixas contra o Bastonário”, recordou. Mal tinha acabado de proferir estas palavras, o Bastonário era confrontado com uma revolta do Conselho Superior da OA. O primeiro a abandonar a sala foi José António Barreiros, presidente cessante do Conselho Superior, no que foi seguido, em solidariedade, por vice-presidentes do actual órgão, e do que ontem cessou funções. Rodolfo Lavrador, membro fundador da OA, e vice-presidente eleito no actual Conselho Superior, disse ao CM que abandonava a sala por não “pactuar com mentiras”. Marinho Pinto comentou esta manifestação, desvalorizando-a, e referindo que a mesma veio de “quem sabe que foi autor de mentiras”.