PT E OI NEGOCEIAM CRIAÇÃO DE GIGANTE DOS CALL-CENTER NO BRASIL

mão-de-obra mais barata no Brasil deixará os Call-Center's da PT em Portugal vazios

A Portugal Telecom (PT) e a Oi estão a negociar a fusão da Dedic GPTI e da Contax, as respectivas participadas brasileiras de ‘call center', apurou o Diário Económico. Em cima da mesa está a criação da terceira maior empresa brasileira em número de funcionários, com 100 mil colaboradores, que será também a líder no sector do atendimento ao cliente no Brasil. A fusão entre a Dedic e a Contax será a última etapa na reestruturação dos negócios da PT no Brasil, na sequência da venda à Telefónica da sua participação na Vivo, por 7,5 mil milhões de euros. Desde Julho, a operadora portuguesa deu início a negociações para a compra de 23% da Oi e vendeu a sua participação no portal de Internet UOL, por 157 milhões de euros. Com 19 mil funcionários, a Dedic é a terceira maior empresa de ‘call center' brasileira, tendo como principal cliente a Vivo. Este facto fez com que aquando do acordo com a Telefónica para a venda da posição da PT na Vivo ficasse igualmente decidido que os espanhóis teriam oportunidade para comprar a Dedic.

No entanto, a PT e a Telefónica não chegaram a acordo quanto ao valor da Dedic, ficando a venda sem efeito. Os analistas avaliam a empresa em 200 a 400 milhões de euros. A PT optou, por isso, por fundir a Dedic e a Contax, com vista a criar o maior grupo brasileiro do sector, que será também o terceiro maior do Brasil em número de funcionários, atrás dos Correios e da Brazil Foods (BF). A empresa que resultar da fusão entre a Dedic e a Contax terá uma facturação anual acima de 520 milhões de euros e um resultado líquido superior a 40 milhões de euros. O novo grupo vai prestar serviços de atendimento ao cliente ('call center') e de terceirização de processos, como contas a pagar e a receber, folhas de pagamento, bem como nas áreas das tecnologias de informação e do ‘business process outsourcing' destinado a empresas. A sua principal concorrente será a Atento, da Telefónica, num mercado que continua em expansão, uma vez que empresas dos mais diversos sectores apostam cada vez mais no ‘outsourcing' de serviços para cortar custos.