FLASH CRASH DA BOLSA DE NOVA IORQUE DEIXA CORRETORES EM PÂNICO

em Portugal não existem estes supercomputadores, por enquanto...

Vinte minutos de pânico. Foi o tempo que durou o flash crash da Bolsa de Nova Iorque, na tarde do dia 6 de Maio de 2010. O índice Dow Jones caiu mais de 1.000 pontos, algo que não se via há 25 anos. Pouco depois, tudo voltava ao normal. Mas afinal o que tinha sido aquilo? Aquilo, concluiu o relatório do regulador Securities & Exchange Comission, fora provocado pelo choque da rapidez da venda de 75.000 contratos futuros numa plataforma automática de algoritmos. Traduzindo em linguagem mais acessível, os chamados corretores de alta frequência, voltaram a chamar as atenções. Gestores de fundos e bancos (como a Goldman Sachs) usam programas especiais de computador e algoritmos para comprar e vender títulos em fracções de segundos. A estas operações ultrarrápidas chama-se high frequency trading (transacções em alta frequência). O lucro aparece quando o computador detecta pequenas discrepâncias de preços e tem um conhecimento antecipado das ordens de compra e venda. Os investidores podem ganhar apenas um cêntimo em cada operação, mas arrecadam milhões, devido à escala e à repetição. Este tipo de plataforma representa já 25% da liquidez mundial (!!!) e, segundo o Banco de Inglaterra, 40% do volume de transacções da Europa. Nos EUA essa percentagem ultrapassa já os 70%. E há uma concorrência feroz em torno dos melhores programadores informáticos para desenvolver novos programas mais rápidos e eficientes.

A operação funciona assim: Um fundo emite uma ordem de compra de 250.000 acções de determinada empresa, disponibilizando-se a pagar 5,10€ por cada uma. A ordem chega aos operadores de alta frequência, que terão 0,03 segundos de vantagem para comprar todos os títulos disponíveis da tal empresa por 5,08€. Quando a ordem de compra chega finalmente ao mercado, os operadores de alta frequência vendem as acções por 5,09€, ganhando 1 cêntimo em cada uma, ou seja, 25.000 € no total. (in, Revista Sábado, Fevereiro de 2011).