O governo britânico examina a possibilidade de recorrer à justiça para obter o reembolso de 5 biliões exigido na sequência da falência do banco Icesave, rejeitado pelos islandeses em referendo pela segunda vez. A Holanda, outro país na mesma situação, também vai recorrer à Justiça. Os islandeses defendem-se com nacionalismo: "Precisamos fazer tudo o que pudermos para evitar o caos político e económico", afirmou a primeira-ministra Johanna Sigurdardottir à televisão estatal. A questão agora será definida pela comissão da Autoridade de Supervisão EFTA, a instituição europeia que está a supervisionar a cooperação da Islândia com a União Europeia. "A minha expectativa é que o processo levará um ano, um ano e meio no mínimo", afirmou o ministro da Economia Steingrimur Sigfusson a jornalistas. A dívida foi feita quando a Holanda e a Grã-Bretanha compensaram seus residentes que haviam perdido dinheiro no serviço financeiro "Icesave", pertencente ao Landsbanki, um dos três bancos islandeses que entraram em bancarrota em 2008, gerando um colapso económico no país que tem 320 mil habitantes. Alguns economistas dizem que o fracasso em resolver a questão significa que a Islândia enfrentará atrasos na suspensão de controles cambiais, no retorno aos mercados internacionais e no aumento do investimento. Mas o governo de coligação de centro-esquerda disse que não deixará o poder apesar da derrota. "O governo vai enfatizar a manutenção da estabilidade económica e financeira na Islândia e manter o caminho de reconstrução que começou após o colapso económico de 2008", afirmou em comunicado. Acrescentou ainda que uma nova rodada de conversações sobre um financiamento adicional do Fundo Monetário Internacional seria atrasado em várias semanas, mas que o país tem reservas internacionais suficientes para cobrir as dívidas contraídas este ano e no próximo.