O destino do BCP está cada vez mais ligado ao petróleo. Não apenas por via do seu maior accionista, a petrolífera angolana Sonangol, mas também porque algumas das novas apostas do banco seguem a rota do "ouro negro", procurando tirar partido do negócio financeiro associado a essa indústria. Na conferência com analistas, realizada ontem, António Ramalho falou várias vezes do petróleo como sinal de atractividade dos mercados. No caso de São Tomé e Príncipe, um dos espaços no qual o BCP vai entrar, justificou a importância do país com o facto de ir, em breve, realizar a primeira exportação de petróleo. Já no que se refere à China, lembrou as relações estreitas deste país com Angola, sublinhando que "Angola é já o segundo maior exportador de petróleo para a China". Há também Angola, é claro, o ponto de partida para a exploração de novos mercados. O BCP anunciou na quarta-feira que vai criar uma holding para África (excepto o BIM em Moçambique) que vai ser detida em 50% pelo BCP, em 30% pela Sonangol e em 20% pelo BPA. Essa SGPS deterá o Millennium Angola e será o veículo para o BCP e a Sonangol investirem noutros mercados africanos. O BCP acaba de pedir uma licença para abrir um banco de raiz no Brasil, mas a operação bancária neste país também vai ser feita em parceria com a Sonangol. Ao que tudo indica o BCP terá estudado a informação confidencial do BPN Brasil, mas terá optado por criar uma operação de raiz.