ONU EXIGE EXTINÇÃO DAS AGÊNCIAS DE RATING

Heiner Flassbeck foi contundente na sua avaliação da influência das agências de rating

O director da Agência das Nações Unidas para o Comércio Mundial e o Desenvolvimento (UNCTAD) exigiu a extinção das agências de ‘rating’. Na opinião do ex-secretário de estado das finanças alemão, Heiner Flassbeck, "as agências de rating pelo menos deviam limitar-se a avaliar empresas, e não deviam poder avaliar Estados, que são uma matéria muito complexa, em que elas ignoram frequentemente muitos aspectos positivos". O papel das agências de ‘rating' está a ser cada vez mais contestado na Europa, segundo um artigo publicado hoje no matutino Berliner Zeitung. O jornal lembra que, na terça feira, a chanceler Angela Merkel pôs em causa a importância da maior agência deste género, a Standard & Poor 's, depois de esta ter afirmado que considerava o modelo de participação voluntária de bancos e seguradoras num novo pacote de ajuda à Grécia um "incumprimento parcial" do pagamento da dívida por parte de Atenas. "É importante que a troika não permita que lhe retirem a sua capacidade de avaliação", advertiu a chanceler, referindo-se à estratégia definida pelo Banco Central Europeu, pela Comissão Europeia e pelo FMI para os resgates de países em dificuldades financeiras, caso da Grécia, mas também de Portugal. Thomas Straubhaar, presidente do Instituto de Economia Mundial, de Hamburgo, exigiu também, em declarações ao jornal Rhein-Neckar-Zeitung, a limitação do poder das agências de "rating" e o regresso a outros critérios de avaliação. A descida de 4 pontos de Portugal no rating da Moody's foi altamente suspeita e não é baseada em critérios de honestidade, pelo que fica claro que existe uma agenda escondida da CIA por detrás das agências de rating, para fazerem prevalecer o dólar sobre o euro, a qualquer custo. Mas o desespero dos nacionalistas fundamentalistas da CIA está a começar a deixar demasiadas "pontas soltas".