Alberto II do Mónaco e Charlene realizaram a cerimónia tal como previsto, mas foi notória a apreensão e tristeza da noiva durante quase todo o protocolo. Terá descoberto apenas uns dias antes que o seu noivo tinha, ainda durante o seu noivado, traído a fidelidade conjugal gerando mais um filho bastardo. No Pátio de Honra do Palácio do Mónaco, onde foi instalado um altar, Charlene ouvia triste e de semblante indiferente às tristes músicas melancólicas e bucólicas da cerimónia. Alegria não havia, contrastando com a jovialidade e frescura do recente casamento da realeza inglesa. O ar pensativo da noiva apenas foi quebrado quando na capela de Sainte Dévote, aos pés de cuja imagem depositou o seu bouquet de frésias, cumprindo uma tradição das noivas Grimaldi, as lágrimas lhe correram emocionadas, pelo rosto. Alberto disse algo entre dentes para tentar que parasse de chorar. Não ficava bem na fotografia. Mas todo o casamento parecia mais um desfile até ao cadafalso, um enforcamento real, um funeral a curto e médio prazo. Enquanto desfilava no descapotável ao lado do seu marido que acenava efusivamente para o povo distribuído ao longo das ruas do principado, a princesa quase não acenava, e quando o fazia parecia levantar uma mão-morta, sem vida, contrariada. Talvez o dia mais triste da sua vida, filmado em directo para todo o mundo. Só o futuro trará novas revelações sobre esta boda bucólica, talvez observada pelo fantasma de Grace Kelly.