CTT, TAP, GALP, EDP e REN são algumas das empresas que o Governo pretende privatizar, o que, justificou Pedro Passos Coelho, «abrirá a nossa economia aos estímulos do exterior». Argumento desmentido por um estudo do economista Eugénio Rosa, a que o Destak teve acesso, que defende que «a privatização das empresas públicas, para além de o Estado perder alavancas importantes de desenvolvimento e lucros, irá contribuir para agravar ainda mais o problema do défice e da divida externa portuguesa». É que, embora possam «aliviar a situação» do País «transitoriamente », as privatizações vão determinar «a perda de uma importante fonte de receitas para o Estado» e «constituirão uma causa permanente de transferência de lucros e dividendos para o estrangeiro, agravando o saldo negativo da Balança de Rendimentos e, consequentemente, do défice e da dívida externa». Isto porque, defende o economista, «a maioria das empresas cairão em mãos de estrangeiros», já que «os grupos económicos nacionais estão profundamente endividados». Os números confirmam que o Rendimento Nacional Bruto (RNB), referente à riqueza que fica no País, tem vindo a diminuir desde 1995, tendo-se agravado a partir de 2000 – em 1995, o RNB era superior ao valor do PIB (riqueza criada no País) em 176 milhões de euros. Ou seja, «Portugal teve ao seu dispor um valor superior ao que produziu (176 milhões vieram do estrangeiro)». Depois, a situação inverteu-se, passando o RNB a ser inferior ao PIB (em 2010, foi inferior em 5872 milhões de euros).