O governador do Banco de Portugal apela a que os bancos reduzam a alavancagem dos seus balanços vendendo activos em vez de cortarem no crédito à economia. Só desta forma, se pode cumprir este objectivo com menores impactos recessivos.. "A desalavangem que tem que se operar, num quadro de condicionamento como o actual, terá de passar ou pelo apertar do crédito, o que aumentará o efeito recessivo, ou pela criação de margem para conceder crédito, vendendo activos", defendeu Carlos Costa no Fórum banca, organizado pelo Diário Económico. "Nas actuais condições de difícil acesso a financiamento de mercado, a preservação da liquidez no sector bancário é crucial para evitar uma forte e imediata contracção do crédito à economia portuguesa", defendeu. Assim, o governador apela a que os bancos vendam carteiras de crédito e outros activos para poderem, em vez de cortarem na concessão de crédito. Caso contrário, "é o financiamento da economia que fica em causa. E aquilo que se expulsa pela porta entra pela janela, já que a qualidade do crédito dos bancos é posta em causa" pelo efeito recessivo da contracção do financiamento à economia.