Além dos aumentos, há transportadoras públicas que poderão sofrer cortes nos serviços fluvial, rodoviário e ferroviário. Os bilhetes e passes sociais vão aumentar a 1 de Agosto, cumprindo-se assim uma das medidas da ‘troika’. O Governo vai comunicar hoje às operadoras de transporte público que os bilhetes e passes sociais devem sofrer um aumento médio de 15% já a partir do próximo dia 1 de Agosto. O ministério tutelado por Álvaro Santos Pereira cumpre assim uma das medidas calendarizadas pela ‘troika', que previa a revisão das tarifas de transporte públicos até ao final deste mês. Ao mesmo tempo, a secretaria de Estado das Obras Públicas avança com a extinção de NAER-Novo Aeroporto, EDAB-Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja e RAVE-Rede Ferroviária de Alta Velocidade. A par de um aumento médio de 15% das tarifas nos transportes - o que significa que alguns títulos podem subir até 25%, enquanto outros não serão actualizados -, o Governo propõe-se a rever a noção de serviço público, o que deverá passar pela redução ou eliminação de algumas carreiras de transporte. Já em Setembro será criado um novo tarifário que pretende reduzir o impacto dos aumentos junto das camadas menos favorecidas.
O executivo pretende que sejam os utilizadores e não a totalidade dos contribuintes a pagar o serviço público, o que implicará o fim ou a redução de algumas carreiras de serviço rodoviário, ferroviário ou fluvial, apurou o Diário Económico. No caso da Transtejo, por exemplo, a redução de custos de 15%negociada com o anterior Governo já previa a eliminação de algumas ligações entre as duas margens do Tejo, enquanto que na CP está previsto o encerramento de algumas linhas. O objectivo do Executivo é que a consolidação orçamental do sector dos transportes públicos - cuja dívida atingia 16,8 mil milhões de euros no final de 2010, o equivalente a 1.700 euros por habitante -, seja assegurada em dois terços pelo lado da despesa e um terço pelo lado dos custos. Nos planos do Executivo está também a extinção, em breve, da NAER e da EDAB, que serão integradas na ANA-Aeroportos de Portugal e da RAVE, que passará a funcionar dentro da REFER, que já gere a infra-estrutura rodoviária nacional. À extinção destes organismos públicos, o Governo pretende ainda subtrair cerca de dois terços do quadro de pessoal do antigo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.