INSTITUIÇÕES PORTUGUESAS DE AJUDA À POBREZA ESTÃO NO LIMITE DA RUPTURA

austeridade "à bruta" feita por políticos ricos, levará milhares de famílias a viverem na rua

Assinalou-se ontem pelo 18.º ano consecutivo o Dia Mundial de Erradicação da Pobreza. Uma data dedicada à reflexão sobre a necessidade do trabalho conjunto entre países desenvolvidos e em desenvolvimento numa aliança verdadeiramente global contra a pobreza, segundo o site oficial das Nações Unidas. No limiar da pobreza incluem-se todas as pessoas cujo rendimento diário é igual ou inferior a 1,25 dólares (cerca de 90 cêntimos). O número de pessoas a viver na pobreza extrema tem vindo a diminuir lentamente desde 1990, de acordo com dados do Banco Mundial, sendo África o continente mais preocupante neste domínio. A redução dos níveis de pobreza ocorreu sobretudo na Ásia oriental e na zona do Pacífico, onde a proporção de pessoas a viverem no limiar de pobreza reduziu cerca de 50% durante as últimas duas décadas. A China tem sido o país com a maior evolução, conseguindo retirar 500 milhões de pessoas deste limiar. A erradicação da pobreza e da fome é um dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, decididos em 2000 por 193 países membros das Nações Unidas e várias organizações internacionais. Os restantes objetivos a cumprir até 2015 passam pela educação básica para todos, igualdade entre sexos e valorização da mulher; redução da mortalidade infantil; promoção da saúde materna; combate ao vírus da sida, malária e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental e desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento. 25% da população mundial vive em pobreza extrema. De acordo com o relatório "World Development Indicators 2011", uma publicação do Banco Mundial, cerca de 1300 milhões de pessoas no mundo vivem abaixo do limiar da pobreza, o que equivale a cerca de 25% da população mundial (dados de 2005 relativos aos níveis de pobreza por região - "Regional Poverty Estimates"). A África subsariana é o local onde existem mais pessoas a viver com níveis de pobreza extrema: cerca de 72% da população subsiste com menos de 2 dólares (1,45 euros) por dia. Os níveis de pobreza são medidos de acordo com os rendimentos mínimos necessários para responder às necessidades básicas do ser humano. É o caso da Somália, onde as secas deste ano agravaram o problema da fome, levando a ONU a alertar para a crise alimentar mais grave dos últimos 20 anos em África.