medidas da Troika só pararão quando todas as famílias estiverem a viver na rua?
A economia portuguesa vai contrair no próximo ano 2,8%, naquele que é o seu pior desempenho desde 1975. O desemprego vai chegar aos 13,4%, prevê o Governo na proposta de Orçamento (OE) para 2012 que o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, considera ser um dos mais exigentes que Portugal já apresentou. A derrapagem nas contas públicas de 2011, revelou, é de cerca de 3,4 mil milhões de euros, ou seja, chega aos dois pontos percentuais do PIB.
Há pouco mais de um mês, o executivo previa que a economia contraísse 1,8% no próximo ano, mas as previsões avançadas na proposta do OE são, agora, bem mais negras: o país vai viver a pior recessão desde 1975, com o PIB a cair 2,8%.
É o resultado do reforço da cura de austeridade, que, além de todas as medidas já previstas no acordo de ajuda externa, irá cortar nos subsídios de férias e de Natal para os funcionários públicos e os pensionistas que ganham mais de mil euros por mês.
Vítor Gaspar explicou, em conferência de imprensa, que estas previsões macroeconómicas têm em conta o efeito das medidas de austeridade e a degradação das perspectivas económicas. Para este ano, o Governo prevê agora uma recessão de 1,9%, em vez dos 2,2% inicialmente estimados. Em dois anos (2011 e 2012), a economia vai cair quase 5%. Segundo projecta o executivo, só em 2013 a economia começará a recuperar, ano em que terá também início a descida da taxa de desemprego. Para já, o Governo remete um número para o crescimento económico em 2013 para as últimas perspectivas (um crescimento superior a 1%).